Sinistra

By gabsel_

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Em um futuro distante, um vírus consegue exterminar a América do Sul, transformando os infectados em mortos-v... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Capítulo Extra
Agradecimentos e Próximos Livros
Aviso
ATENÇÃO!
Segundo Livro
Reescrita do segundo livro
Escolhida

Capítulo Nove

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By gabsel_

— Abra os outros arquivos... — peço.

— Não vai dar tempo de ver todos aqui — diz ele. — Precisamos de um pen-drive.

— Eu vou procurar — digo, saindo da sala.

Passo pelo corpo queimado e o fedor do monstro com serras. O vídeo deixou meus pensamentos de cabeça para baixo. Eu não tenho mais dúvidas que foi a LPB a grande causadora disso tudo. Mas por quê?

Começo a subir as escadas e ouço um som de algo batendo no chão. Estou sem flechas, então seguro meu arco com força. Ele é de metal, se for um zumbi lá em cima eu posso bater nele com o arco. Mas assim que chego no corredor, vejo aquele cachorro lambendo um líquido vermelho no chão. Além do líquido, há várias flechas espalhadas.

Me lembro de quando o monstro acertou a serra no meu braço e eu derrubei o diário aqui. Deve ser o sangue do meu braço. Essa cena é nojenta. Procuro o corte em meu braço, mas só acho o corte da camisa. O machucado não está aqui.

Estou ficando estranha. Meus machucados estão desaparecendo e meus reflexos mais ativos do que nunca. O que está acontecendo comigo?

O cachorro me olha. Será que ele está infectado? Ele mordeu um monstro infectado... Será que o vírus invadiu seu organismo?

Mas ele é tão bonito, e além disso é de uma raça inteligente. Pode nos ajudar em alguma coisa...

— Ei, garoto! — chamo. Ele late. — Tá, desculpe, garota!

Ela vira a cabeça.

— Não vai me atacar, não é? — pergunto.

Caminho em sua direção e faço carinho em seu focinho. Me assusto quando ela vira o focinho para me lamber. Pensei que iria me morder.

Sem querer, piso em uma flecha. Então me lembro de que derrubei minha aljava aqui. Começo a recolher as flechas e guardar na aljava. Assim que nenhuma flecha sobra no chão, eu a visto e entro no quarto com as crianças mortas.

O fedor quase me faz sair dali. Mas continuo. Deve ter um pen-drive por aqui. Vasculho o guarda-roupa e acho um notebook. Procuro um pen-drive na entrada, mas não acho. Começo a jogar as roupas rapidamente no chão, para analisar melhor é poder sair dali o mais rápido possível. Assim que jogo uma jaqueta de couro no chão, vejo algo voar dela e cair bem do lado da menina morta. É um pen-drive.

Engulo o seco.

Caminho lentamente até ele. Assim que encosto minha mão nele, um pássaro bate contra o vidro e o mancha de sangue. Eu me assusto e caio para trás. Levanto-me e corro para a janela. A mancha de sangue começa a escorrer. Algo escuro bloqueia a luz do céu. Primeiro, penso que é uma nuvem, mas quando olho para cima, vejo milhares de vultos pretos em movimento rápido. São pássaros infectados. Sempre andam em um bando grande. Mas nunca vi tantos pássaros antes.

Pego o pen-drive e corro para o andar de baixo. Minhas narinas agradecem. Vou até a sala que está o computador e a cachorra me acompanha. Quando chego, eu dou o pen-drive para Louis, que conecta com o computador no mesmo instante.

— Vamos logo — digo. — Tem alguns bilhões de pássaros infectados lá fora.

— Esse pen-drive é novo... — ele diz. — Tem mais de 160 gigas é impossível não conseguir passar tudo desse computador para ele.

Aparece "CARREGANDO"  na tela e logo depois "CONCLUIDO". Ele retira o pen-drive e se levanta da cadeira. Que rápido.

— Vamos levar o cachorro? — ele pergunta, olhando para ela.

— É cadela, e sim, vamos levar — respondo.

- Ok, mas você que vai cuidar... - ele ri.

— Temos que ir logo... — digo, pensando naquela nuvem de pássaros assassinos.

Assim que saímos da casa, vemos que todos os outros Sinistros estavam apenas nos esperando do lado de fora. Os pássaros voam acima de nós, fazendo uma sombra incrível. Louis diz para corrermos e obedecemos.

A nuvem de pássaros começa a avançar. Nós corremos mais rápido.

Alguns pássaros sofrem mutação. São maiores que outros, ou deformados ou tem cores diferentes.

Um dos pássaros, pouco maior do que o normal, tenta atacar uma garota no final dos Sinistros. Eu consigo atirar uma flecha na cabeça do pássaro e ele cai no chão. Então, outros três voam em volta de mim. Um disparo e um pássaro está no chão. Foi Dylan. Dou um tapa em um deles que perde o controle e bate no outro. Os dois caem.

Continuo correndo com os outros. Uma garota cai e um monte de pássaros a atacam. Eu paro e corro para ajudá-la. Então a cachorra pula sobre um pássaro e o mata. Eu chuto os outros e ajudo a garota a se levantar. Ela está com o rosto arranhado. Pássaros não infectam. Sorte.

Chamo a cachorra e nós continuamos correndo. Um pássaro avança em minha direção, mas consigo atirar uma flecha em sua barriga. O animal infectado cai morto no chão.

Todos correm o máximo que podem. Olho para cima e vejo que os pássaros estão andando para a direção oposta de nós. Só estão nos atacando para ver se conseguem uma refeição rápida. Não somos o objetivo principal deles.

De repente, um pássaro que é maior que uma pessoa aterrissa em cima de um carro, o agarrando com suas garras gigantes e o levantando. Quando olho para cima, vejo um carro vindo em alta velocidade em minha direção. Pulo o mais longe que consigo e por sorte o carro não acerta em ninguém, mas bate contra o chão e capota no asfalto, fazendo um estrondo alto e deixando seus pedaços para trás. O carro só para ao atingir uma loja.

Então, o pássaro avança para uma garota. Ele agarra a garota com suas patas gigantes e a levanta. É Demi que ele está levando. Vejo alguns Sinistros atirarem, mas eles erram ou acertam nos pontos mais fortes do monstro. Pego outra flecha e atiro em sua asa, fazendo ele urrar e soltar Demi. Ela cai de joelhos no chão.

Corro em sua direção.

— Você está bem? — pergunto, a ajudando a levantar.

— Estou... — ela diz.

Então, o pássaro aparece atrás de nós. Corremos dele. Parece que somos o alvo dele. Sinto sua garra arranhar meu pescoço. Coloco a mão nele e continuo fugindo. Meus pés começam a doer e eu quase tropeço. Correr não vai adiantar.

Tiro a mão do pescoço e pego outra flecha. Ajeito na corda do arco e me viro para o pássaro, ainda correndo. Atiro a flecha em seu peito, o que faz ele se afastar. Ele quase cai, mas consegue manter equilíbrio no ar e voar para o alto. Então seu vulto  volta em alta velocidade para nós.

Paro de correr e me viro. Vejo seu vulto se aproximar rapidamente. Pego outra flecha e já a ajeito na corda. Seu vulto está cada vez mais perto. Puxo a flecha e atiro rapidamente. A flecha pega em sua cabeça e ele cai no chão. Seu corpo sem vida se arrasta até meus pés.

Arranco a flecha de sua cabeça e volto a correr.

***

Depois de eu ter matado aquele pássaro, não fomos mais atacados. Ninguém morreu, mas muitas pessoas se machucaram. E muito.

A maioria dos Sinistros estão na enfermaria. Demi não se feriu, só teve alguns leves arranhões. E os machucados que eu levei já estão cicatrizados. Eu me pergunto como.

Quando nós chegamos ao condomínio, Louis me deu o pen-drive. Ele disse para guardar bem e que iria pedir para ligarem a energia para ver isso.

Estou o esperando na entrada do seu prédio. Seguro o pen-drive enquanto bato o pé direito no piso. Meus pensamentos continuam naquele vídeo. Tenho tantas dúvidas... será que esse pen-drive vai esclarecer todas elas?

Então, uma mão toca meu ombro. Levo um susto. Eu olho para trás rapidamente e vejo Harry. Ele sorri e exibe suas covinhas.

— Oi — diz ele.

— Oi... — digo. — O que está fazendo aqui?

— Esse é o meu prédio... — diz ele. Droga! penso, Tinha me esquecido disso...

Louis mora no mesmo prédio que Harry. É um pouco estranho ele ser líder dos Sinistros do meu prédio, mas Demi disse que ele costumava morar no nosso prédio, mas se mudou para dividir o quarto e para expandir o espaço e habitar mais pessoas.

E você? O que faz aqui?

— Estou esperando Louis para ver uma coisa... — digo, mas me interrompo quando vejo que seus olhos vão para o pen-drive em minha mão.

— O que tem nisso? — ele pergunta.

Fico nervosa. Não posso dizer a ele o que tem nesse pen-drive. Quanto menos pessoas saberem disso, melhor.

— Nada — digo.

— Tem sim... — ele provoca. — É extremamente raro pen-drives em um apocalipse zumbi, sabia? Deve ter algo importante aí.

— São fotos minhas nuas que mandava para meu namorado — brinco. — Quer ver?

— Se forem mesmo suas eu quero.

Me sinto corar.

— São falsas. — Digo.

— Está corando — diz ele.

Coro mais ainda. Droga.

— Para com isso... — digo.

— Só se me deixar ver o que tem aí — ele aponta para a minha mão com o pen-drive.

— Não posso! — digo, tentando me afastar.

Ele segura meu braço e eu me assusto. O pen-drive escorrega da minha mão e cai no chão, se espatifando.

Está quebrado.

O que poderia revelar a verdade. O que poderia me deixar entender tudo. As respostas para as minhas perguntas. Estava na minha mão.

Mas agora está tudo perdido.

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