Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

45

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By LilianeReis

Elisa

Depois de eu ter limpado o meu vômito e de ter trocado de roupa, caminhei na direção do estacionamento, onde meus pais deviam estar me esperando, quando avistei a família de Teo à minha frente.

O pai dele estava com a mão no maxilar enquanto Rosana falava alguma coisa com ele. Alana, por outro lado, apenas observava ao redor, sua expressão preocupada.

Conforme eu me aproximava, falei na direção de Alana:

— Oi. Você viu o Teo?

Alana olhou para mim e só de ver sua expressão, eu desconfiei de que algo não estava bem.

— Oi, que bom te ver — ela me puxou para a sua direita, nos afastando um pouco de seus pais. — Você tem que conversar com o Teo. Ele está arrasado.

— O quê? — perguntei, surpresa. — Por quê? O que aconteceu?

— É melhor você falar direto com ele, Elisa.

— Por quê?

— Vai falar com ele. Rápido. Ele acabou de ir pro estacionamento.

Alana me empurrou um pouco para frente e eu cambaleei, olhando para trás.

Ela me incentivou com o olhar e eu virei o rosto, seguindo em passos firmes na direção do estacionamento.

Segundos depois, me deparei com Teo perto de seu carro, procurando alguma coisa dentro da mochila.

— Teo.

Ele olhou para trás e mesmo na pouca iluminação, eu percebi a agonia em seu rosto.

— O que aconteceu? — cortei a pequena distância entre nós e peguei em seu rosto. — Sua irmã me disse que você não tá bem.

— Não mesmo — ele tirou minhas mãos de seu rosto e voltou a fuçar dentro da mochila. — Tá tudo uma merda, Elisa.

Eu engoli em seco com o peso de suas palavras.

— Você não vai me contar o que aconteceu?

— Eu só preciso encontrar a chave do meu carro.

— Deixa que eu te ajudo.

Tirei a mochila de sua mão, notando seus músculos tensos. Abri o pequeno bolso da parte da frente da mochila e toquei em algo pequeno e frio.

Logo, peguei a chave e dei para ele.

— Valeu — Teo abriu a porta do motorista e eu dei meia volta no veículo, me sentando no banco do carona.

Uma vez acomodados dentro do carro, eu falei:

— Agora me fala o que aconteceu. Por favor...

E então, sem olhar para mim, Teo disse:

— Eu não sou mais o capitão — seus olhos encontraram os meus por breves segundos. — E eu saí do time.

— Tá brincando...

Teo me encarou dessa vez, sem um pingo de divertimento no olhar. Era a primeira vez que eu o vi tão cabisbaixo.

— Como assim? — perguntei. — Você...

— Eu fui proibido de voltar pro jogo porque saí da quadra — ele explicou. — Praticamente todo mundo votou contra mim e é isso. Tudo o que eu fiz por todos esses anos foi pra nada. Se eu soubesse que ia dar toda essa merda, eu nem teria tentado...

— Não fala isso — peguei em sua mão. — Você é o melhor jogador do time.

— Não mais — seus olhos ficaram lacrimejados. — Eu dei mais um motivo para o meu pai me humilhar enquanto aquele filho da puta do Pedro conseguiu tudo de mão beijada! Ele tirou tudo de mim, Elisa! — as lágrimas rolaram por sua bochecha e rapidamente eu o abracei.

— Calma — falei, acariciando suas costas e me controlando para não chorar junto com ele. — Nem tudo está perdido...

— Tá sim. O Pedro é o capitão agora... Ele conseguiu arrancar tudo de mim e todo mundo aplaudiu aquele desgraçado... Eu tô cansado disso! Eu odeio ele e me odeio mais ainda por ter deixado ele se aproximar da gente. Eu fui tão burro! — eu o abracei ainda mais apertado sentindo seu corpo estremecendo de raiva. — Eu sou igual ao meu pai. Falei tanto que eu não ia ser igual a ele, mas no fim das contas, eu sou um merda igual a ele!

— Você não é nada disso — falei, parando de abraçá-lo e limpando suas lágrimas. — Você é perfeito, Teo. Eu nunca conheci um cara tão maravilhoso como você.

Ele negou com a cabeça.

— Eu sou um merda.

— Para de acreditar no que falaram pra você. Quem disse isso não te conhece nem um pouco. Você é o contrário de tudo o que acabou de falar e eu sei disso porque eu te conheço e te amo do jeito que você é. Entenda isso.

Seus olhos cheios de lágrimas me fitaram antes de ele envolver minha cintura com os braços e encostar sua cabeça no meu peito, totalmente vulnerável. Eu comecei a acariciar seu cabelo e fechei os olhos, me sentindo mal com toda aquela situação.

E então a ficha começou a cair. Era tudo culpa minha. Se eu não tivesse desmaiado, nada disso teria acontecido. Se eu não tivesse entrado para o grupo de líderes de torcida, Teo estaria no time agora.

— Você não deveria ter saído da quadra pra me ver — falei, limpando uma lágrima teimosa que acabara de escapar. — A culpa foi toda minha...

Teo ergueu o rosto do meu peito e perguntou:

— Do que você tá falando?

— Se eu não tivesse lá, nada disso teria acontecido.

— Eu não te culpo, Elisa — ele passou as costas da mão no rosto. — Me desculpa se eu dei a entender que você foi culpada, mas o único imbecil aqui foi eu.

— Mas eu...

— Você foi drogada, lembra? — ele me interrompeu. — Nada disso é culpa sua.

— Mas eu tenho uma parcela de culpa mesmo que indiretamente.

— Só que ninguém sabia que isso ia acontecer — ele se endireitou no banco. — Na verdade, quem a gente tem que culpar mesmo é o Pedro. Com certeza ele armou tudo isso pra ganhar vantagem.

Eu assenti.

— Eu só queria entender por que...

— Porque ele é sádico. Ele se diverte com o sofrimento dos outros.

E só de ouvir Teo falando isso, eu me lembrei das fotos íntimas que eu tinha mandado para Pedro. Senti meu rosto queimando de vergonha só de recordar o que eu tinha feito. Ainda bem que Teo não sabia de nada disso.

Teo voltou a me abraçar e encostou a cabeça no meu ombro, seu nariz tocando a curva do meu pescoço. Eu apenas comecei a acariciar seu cabelo e suas costas na tentativa de fazer ele se sentir menos mal.

Momentos depois, eu ouvi algumas vozes vindas do lado de fora do carro e logo avistei Pedro e um homem de cabelos escuros como os de Pedro seguindo pelo estacionamento.

Teo levantou o rosto do meu ombro e seguiu o meu olhar.

— Falando no diabo... — ele se endiretou no banco e não desviou os olhos de Pedro e do homem nem por um segundo. Sua mão se fechou contra o volante antes dele abrir a porta do carro e passar uma perna para fora.

— Teo! — puxei-o pela camisa. — Onde você vai?

— Tirar essa história a limpo.

— Não! — saí do veículo e tentei impedí-lo de avançar mais um passo. — Não vai! Você vai piorar as coisas!

— Eu não vou deixar por isso mesmo, Elisa!

— Por favor, volta para o carro! — implorei.

— Algum problema aí, Teo? — Pedro disse em voz alta.

Eu olhei para trás. Pedro e o homem que deveria ser o seu pai, o tal de Palocci que meus pais mencionaram, estavam olhando para nós. Além disso, percebi que havia um troféu dourado na mão de Pedro.

— Volta pro carro, Teo — pedi, voltando a atenção para ele.

Teo continuou encarando Pedro, os olhos transbordando de raiva.

— O que foi? — Pedro continuou. — Tá bravinho por que você saiu do time?

Olhei para trás novamente e disparei:

— Por que você não cala a boca, Pedro?!

— Fica na sua, Elisa — Pedro começou a se aproximar de nós. — Eu tô falando com o otário do seu namoradinho — ele sorriu, erguendo o troféu. — Por acaso, você queria isso aqui?

E antes mesmo de eu abrir a boca novamente, Teo passou por mim tão rápido que eu só vi as suas mãos agarrando o troféu e o arremessando contra o rosto de Pedro, fazendo ele cair no chão.

— Meu Deus, Teo! — gritei, me aproximando. — Para com isso!

— Ei! — o tal de Palocci gritou. — Sai de perto do moleque!

Teo pareceu não dar ouvidos ao que ele disse, pois jogou o troféu em cima de Pedro e disparou:

— Aproveita e enfia isso dentro do seu cu!

Eu estava prestes a puxar Teo para longe de Pedro, quando meu pai surgiu no meu campo de visão, puxando meu namorado para trás.

— Você ficou louco?! — meu pai berrou na cara de Teo. — Vaza logo daqui!

Teo encarou meu pai e deu alguns passos para trás. Eu comecei a seguir meu namorado, mas meu pai agarrou o meu braço.

— E você pode entrar no meu carro — ele exigiu. — Agora.

— Mas eu..

— Vai agora! — ele elevou a voz antes de direcionar um olhar raivoso na direção de Pedro e de Palocci.

Eu dei uma olhada na direção do Teo e fiz o que meu pai disse, notando minha mãe parada perto do carro com um olhar assustado.

Ela olhou na direção do meu pai enquanto eu observava Teo entrando em seu carro e saindo de ré.

Meu pai se aproximou de nós logo em seguida e avisou:

— Vamos embora.

— Tá tudo bem? — minha mãe perguntou.

— Eu não sei, mas quanto menos a gente ficar aqui, melhor.

— Por que você não deixou eu voltar com o Teo? — perguntei para o meu pai assim que entrei no carro.

— Ele não está em boas condições pra dirigir com você ao lado dele, Elisa. Dá um tempo.

— Mas ele precisa de mim!

— Agora não, tá bom?! — ele olhou para mim. — A família dele cuida disso!

— Só que eu sou a namorada dele!

— Só que eu não vou deixar você correr riscos por causa dele!

— Como assim?

— Elisa — minha mãe começou. — A gente só tá protegendo você.

— Protegendo de quê? O que vocês estão escondendo de mim?

— Elisa, depois a gente conversa — meu pai disse, impaciente. — Agora não é hora pra isso. Por favor.

Eu o olhei incrédula e me recostei no banco, com várias perguntas sem respostas na minha cabeça.

O que meus estavam escondendo de mim? Por que eu não podia ficar com meu namorado? Por que meus pais achavam que Pedro era tão perigoso?

Todas essas perguntas me deixavam confusa e mostravam que minha família era cheia de segredos obscuros.

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Teo surtou de vez, coitado 🤧

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