26. How to Be a Heartbreaker

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     — Você escrevendo um romance? — Hillary pergunta antes de soltar uma risada escandalosa. Simplesmente assinto. — É uma coisa realmente muito difícil de acreditar — diz ainda com resquícios da risada saindo de sua boca. Hillary pega a almofada ao seu lado e a abraça, o que acaba deixando uma pequena parte de seu rosto coberto.

       — Eu sei, eu sei. Mas olha, será que podemos falar sobre outra coisa, que não seja eu? — pergunto observando Hillary afastar seus cachos negros do rosto antes de voltar a abraçar a almofada.

    — Tipo?

    — Tipo... o Jhon! — Olho e sorrio abertamente para Jhonatan, que está  sentado na cama ao lado de Hillary.

    Ele desvia os olhos do celular para me encarar. Parece confuso.

    — Eu? — Aponta para si e eu oncordo com a cabeça, dando o maior sorriso que consigo dar. — Eu não acho que seja uma boa ideia...

    — Não mesmo — concordo — Ela é ótima! Vamos, diga! Fale mais sobre esse... hmm... David?

    — Por que querem tanto saber? — Revira os olhos com tédio.

    — Precisamos planejar o casamento, ora! — Christian diz com os olhos presos no celular.

    Já ele está no chão. Por quê? Eu não sei. Diferente dele, eu não tenho problemas, e é exatamente por isso que estou na cadeira de minha escrivaninha, porém, virada para eles.

    — Exato! — Hillary exclama.

    — 1) estamos saindo há, tipo, duas semanas. — Coloca ênfase em "saindo" — 2) eu tenho dezesseis anos!

    — Jhon, querido — Hillary começa com uma calma muito suspeita — Só estamos zoando com você, meu bem — toca em seu ombro com delicadeza. Ela está tentando parecer séria, mas posso ver que segura seu riso.

     — Tá — Jhonatan diz devagar — Será que podemos parar de falar sobre mim? Não é algo interessante.

    — O que vamos fazer, então? — Hillary diz colocando um pouco de drama em sua voz.

    — Uma cafeteria? Talvez? — sugere com uma careta presa em sua face.

     Dou de ombros e sou a primeira a levantar . Todos os olhares se voltam para mim, claramente surpresos.

      — O quê? — pergunto arqueado uma sobrancelha enquanto coloco uma blusa fina, que antes estava à cima da escrivaninha, sobre meu corpo.

    — Você quer sair?! — perguntam todos ao mesmo tempo.

   — Contanto que seja SÓ a gente, por mim tudo bem.

    Todos levantam em seguida, provavelmente já achando um pouco mais normal a minha reação. Na verdade, nem todos: Christian continua sentado e estica seu braço para que eu o puxe para cima. Seu rosto forma quela típica típica expressão de cachorrinho abandonado.

     Serro os olhos e travo um pouco meu maxilar, fingindo que estou brava. Ele permanece com aquela mesma expressão. Não consigo não rir com isso e acabo esticando meu braço para puxá-lo para cima. Christian sorri de uma forma tão sincera que é suficiente para fazer meus lábios formarem um sorriso ainda mais aberto.

...

     Ao entrar na cafeteria, Hillary pega uma revista, das que ficam na porta, e é a primeira a sentar em uma mesa qualquer.

    É possível escutar o finalzinho de Popular Song soar um pouco baixo. Paro de prestar atenção na música e volto a encarar Hillary; ela folheia aquela revista realmente parecendo muito interessada. Após alguns poucos segundos, ela bufa. Acho que a revista não parece mais tão interessante agora.

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