5. O Incrível, Maravilhoso... E Problemático Trabalho de Literatura

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       Não é nem o terceiro dia de aula e já temos um trabalho de literatura para entregar daqui um mês. Pois é. Fiquei sabendo disso agora, deste exato momento.

     — E eu vou escolher as duplas — O professor diz com um sorriso no rosto, como se estivesse dizendo "isso mesmo, eu acabei de foder com a vida de vocês e eu amo isso!"

     Ele diz dupla por dupla. Percorre os olhos pela sala, parecendo um pouco pensativo.

     — ... Humm... Bruna Garlick e Tayler Stendelen.

      É. Pensei que seria com alguém pior.

      Tayler é um menino ridiculamente lindo, que tipo, TODO MUNDO AMA!! Menos eu.

        Não é que eu não goste dele, na verdade, eu só não sou obcecada pelo mesmo como todo mundo.

       Tá. Tudo bem. Eu sei que aquele cabelo com cachos extremamente definidos, a pele negra, os olhos verdes e aqueles braços levemente musculosos são de tirar o fôlego de qualquer um. Mas vamos combinar que é exagero demais surtarem só de ouvirem o nome "Tayler Stendelen"? Daqui à pouco estão pedindo autógrafos para ele!

      O professor continua falando os nomes até o sinal bater e sairmos para o intervalo.

    — E aí? — Antes que eu possa sair da sala, Tayler aparece ao meu lado e passa a me seguir — Alguma ideia para o trabalho?

    — Nenhuma, na verdade.

    — Ah, fala sério. Você é a melhor aluna de literatura da turma, senão dá escola. Não é possível que não tenha nada nessa sua cabeça.

    — Precisamos escrever cinco prosas poéticas, dois poemas e um conto também envolvendo poesia. Acha mesmo que eu tenho ideias para oito textos?

     — É. É muita coisa, mesmo. Podemos nós encontrar um dia desses, o que acha? Sabe, para ficar mais fácil.

    — Tá. Tudo bem. Pode ser amanhã na minha casa? — Pergunto mordendo o lábio

     — Claro! — Diz e seguimos em direções opostas.

   — Tayler Stendelen? Está com sorte! — Christian passa o braço por trás de meu pescoço e tocando em meu ombro esquerdo.

    — Eu não te dei essa intimidade — Tiro seu braço de lá.

    — Ah, tá! Desculpa — Levanta as mãos em sinal de rendição — Esqueci que não gosta de demonstrações de afeto, nem quando esse alguém é um amigo para o qual você contou metade da sua vida em menos de meia hora.

    — Já disse que não somos amigos.

   — Tá bom então, Inverno. Eu vou ficar quieto.

    — Sabe que esse apelido é uma bosta, né?

   — É melhor do que "Coração de gelo" — faz uma voz irritante quando diz "Coração de gelo"

    — Ah, que lindo! Você tá com ciúmes! — Digo com ironia, fazendo uma voz mais irritante ainda.

    — Não estou, não!

   — Está, sim. Está com ciúmes do Adam porque eu odeio ele mais do que odeio você.

    — É claro que não!

   — Ah, sim. Vou fingir que acredito. Confessa que ama que eu te odeie!

   — Então confesse que ama que eu ame que você me odeie!

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