10. É Tudo Culpa do Imã!

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     Uma, duas, três batidas na porta.

     Cansada de ouvir aquele som, levanto da cama e a abro.

    — Até que enfim, Inverno. Pensei que fosse ficar plantado aqui para sempre! — Ele entra no quarto, vai até a escrivaninha e passa a usar meu notebook, enquanto eu continuo parada segurando a porta.

   — Um pouco de educação não faz mal à ninguém, sabia? — Fecho a porta, vou para mais perto do mesmo e apoio minha mãos na escrivaninha.

   Christian olha para mim, dá o seu melhor sorriso, então bem lentamente ele...

    ELE MOSTROU O DEDO DO MEIO PARA MIM?!!!! COMO OUSA?!!

    Levo minhas mãos ao peito, me fingindo de ofendida, e então digo:

    — Nunca mais fale comigo, Christian Wye.

   Caminho até minha cama e sento-me emburrada.

    — Ah, agora vai me dizer que ficou ofendida? Menos, Bruna, bem menos.

   — Você é insuportável.

    — Disse isso todos os dias dessa semana. É a única coisa que consegue dizer à mim, heim?

   — Você é insuportável — Volto a falar. Gosto de irrita-lo, é divertido.

     — E você é imatura.

    — Imatura? Imaturo é seu...

    — Olha a boca — Me interrompe.

   Levanto da cama, caminho até a escrivaninha, pego um pequeno espelho que havia lá e me olho no mesmo.

     — O que está fazendo? — Olha para cima, quase ficando de ponta cabeça, para poder me ver.

    — Você pediu para que olhasse minha boca. É isso que estou fazendo — Christian dá um sorriso sincero.

     Sem que eu perceba, encosto em seu ombro quando devolvo o espelho para lá.

     Por algum motivo, que eu desconheço, não consigo tirar minha mão dali — será que é algum tipo de cola?

     Quando meus olhos param nos dele, aquele silêncio se instala entre nós outra vez ao perceber a distância mínima entre nossos corpos.

      Ok, Não é cola. É UM IMÃ!!

      Sinto como se realmente tivesse algo me puxando para ele.

     Mas que merda é essa?!

     Consciência, cadê você nessas horas?

      Voltou!!
  
      Tiro minha mão de lá com calma e uma certa dificuldade — Tudo culpa do imã — ,sorrio para que ele pense que estou tranquila, — Só pense mesmo porque, estar,  eu não estou, não — passo as mãos pelos seus cabelos, e então ergo sua cabeça, voltando seu olhar para o notebook, seguro em seus ombros e digo:

      — Vamos! De volta ao trabalho! Você está muito lerdo hoje! — Volto para cama e o escuto rir e depois bufar.

      — Tudo bem.

     Desta vez, eu uso o celular e Christian o notebook. Talvez o celular seja mais fácil para iniciantes na arte de stalkear, ou é a mesma coisa? Porque se for, eu estou ferrada.

     Passa um tempo e começo a ficar agoniada. Eu não consegui descobrir nada e já fazem quase duas horas que estou aqui. Bufo várias vezes, já sem a mínima paciência.

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