12. A Festa. parte 1 - Bloqueada!!!

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     Quatro dias. Eu, Christian e Jhonatan estamos organizando a droga de uma festa há quatro dias! Tudo para que o chafariz, que apelidamos de Hillary, parasse um pouco de soltar água, que apelidamos de lágrimas.

    Tivemos que aguentar ela se lamentar durante esses quatro dias! A cada minuto era um surto diferente.

     Hora Hillary pensava que era uma diva do pop e sempre que saia para algum lugar, entupia o rosto de maquiagem, colocava o salto mais alto que tinha — Sem brincadeira, acho que era uns trinta centímetros — e se enchia de glitter. Daqui a pouco, Hillary poderia tranquilamente roubar o lugar do Sol.

    Hora lembrava que não, não era uma diva do pop, e voltava a chorar, o que resultava em um olho preto e base escorrendo pelo seu rosto. Ela parecia uma pintura feita por uma criança de cinco anos.

     Sem contar os outros milhares de choques de realidade que ela teve...
Aí era um drama pior que o outro.

     Pois é. Tudo isso em quatro dias. EM SÓ QUATRO DIAS!

    Mas hoje, isso acaba! Por algum milagre, meus pais nos deixaram fazer uma festa aqui. Disseram que iriam viajar à trabalho durante três dias e nesse período, Emma ficaria na casa de nossos avós. Falaram que não havia problema, com tanto que não houvesse bebidas alcoólicas e que arrumassemos tudo.

     Não tem nada nesse mundo que deixe a Hillary mais animada do que uma festa, então... Por que não? Eu ficaria mofando em meu quarto enquanto um bando de adolescente fariam uma festa em minha casa. Não é uma ótima ideia?

     Logo escuto a campainha tocar. Provavelmente Christian, ele disse que viria para me ajudar a arrumar a casa para a festa. Vou atender a porta e, sim, eu estava certa.

     — Pensei que fosse vir mais tarde — comento.

    — Eu não aguentei.

   Sinceramente, eu não entendi o que ele qui dizer com isso, mas preferi fingir que sim.

    E de repente, eu lembro de um pequeno detalhe... Um detalhe chamado Benjamin.

    Jhon disse que convidou, tipo, muita gente, e como as pessoas amam uma fofoca, é claro que essa notícia chegaria no Ben.

    Como pude ser tão burra?! Tivemos quatro dias e isso não se passou pela minha cabeça em momento algum.

   — Tá tudo bem? Parece meio... Humm... Preocupada? Talvez? Eu não sei — Pergunta enquanto coloca latas de refrigerante que trouxe, na geladeira.

   — Ben.

   — O que tem o Ben?

   — Acha, mesmo, que ninguém contou para ele?

   — não, não acho e, por isso... — Fecha a geladeira e se aproxima — Já resolvi o problema.

   — Posso saber como?

  — Falei para ele que era mentira. Desde quando VOCÊ iria organizar uma festa?!

  — Faz sentido. E ele acreditou?

  — É claro! Eu sou um ótimo ator — diz se gabando.

  — E um ótimo narcisista também, né? — Dou as costas e sigo em direção ao meu quarto.

   — Ei! — Corre parando em minha frente — Isso foi ofensivo!

    — Sério, mesmo?! Ah, desculpa! — digo com certa irônia, levando as mãos ao peito como se realmente estivesse arrependida. Volto a andar.

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