17. Precisamos Trabalhar a Sua Humilde

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.Christian.

      Uma semana, uma semana e meia, na verdade. Faz uma semana e meia que a Bruna está me evitando.

      Será que eu fiz algo errado?

      Bom, não me resta nada, a não ser respeitar. Se ela não quer falar comigo, tudo bem. Assim será. Mesmo que eu não goste muito dessa ideia.
  

      Por que isso? Por causa de sexta? Mas ela agiu de uma forma tão... tão... tão normal.

        Fiquei aliviado quando a semana passada acabou e minha mãe — se é que posso chamá-la assim — não havia chegado ainda. Mas esse alívio se foi, quando Georgia ligou, dizendo que chegaria hoje.

      Logo recebo uma mensagem do Jhon, e sei sobre o que quer falar.

      Jhonatan: Vou contar hoje.

     Christian: Tem certeza?

     Jhonatan: Sim... Bom, mais ou menos.

     Christian: Não entendo esse negócio de "sair do armário". Se você gostasse de meninas, teria que se revelar hétero?

      Jhonatan: Também não. Mas nem todo mundo pensa assim.

      Christian: Vai contar para a Bruna e para a Hillary também, ou só para a sua família por enquanto?

      Jhonatan: amanhã, apenas. Elas irão aceitar bem. Sei disso. Mas a minha família...disso já não tenho tanta certeza.

     Christian: Se não quiser contar, não conte. Deixe eles descobrirem. Você não precisou contar para mim, descobri quando vi você e David juntos na festa de sexta, não se lembra?

     Jhonatan: Claro que lembro. Tive que te forçar a guardar segredo.

     Christian: Como se eu fosse contar para alguém sem sua autorização. Eu sou uma pessoa descente, Jhonatan!

     Jhonatan: E sem modéstia também, né?

     Christian: Olha, eu não vou discutir com você sobre isso. A pessoa que chamo de mãe está prestes a chegar e eu preciso parecer o pior filho do mundo. Tchau.

      Fecho a tela do meu celular e desço para a sala.

     — O que é tudo isso? — pergunto à Helene ao ver várias malas espalhadas pela sala.

    — Georgia chegou — diz sem humor. E são apenas essas duas palavras que me fazem bufar.

    Ok, é hora de atuar.

    — Ah, oi Christian. Poderia me ajudar com essas malas? — Georgia pergunta enquanto passa pela porta.

    — Não tô a fim. — Dou de ombros. Sei o quanto ela odeia quando parecemos não dar a mínima para o que ela diz.

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