A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Sexta - Feira
Angela Ashwood levou uma xícara de chá aos lábios tingidos de vermelho enquanto cruzava as pernas finas sob o divã de sua monumental sala de estar.
Ao seu redor, meia dúzia de Vigilantes revistavam as gavetas, a poeira embaixo do carpete, as abas do ar condicionado e o vazio embaixo das poltronas.
Acontece que a jovem tinha seguido o conselho do ex-namorado e contado para sua família e a polícia exatamente o que tinha feito. Confiante de que mais investigações a livrariam de uma vez daquela acusação.
Para colaborar, cedeu acesso às câmeras e entregou seu celular de bandeja, confiante.
Alexzander, o prefeito, assistia aquilo tudo com uma das mãos na testa. Vez ou outra murmurava um "O que será da minha carreira?!" e era consolado pela esposa, Agatha.
Mas Angela continuava, despreocupadamente, bebendo seu chá de canela. Seu pai não poderia fazer nada contra ela, se não além de sua carreira acabaria também com seu casamento.
Então ela só se concentrava em seu chá enquanto sua casa era virada de cabeça para baixo.
Angela estava livre da culpa.
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- Não vão nem esperar o chocolate quente? - Gunther Gray chamou a atenção dos filhos, da cozinha, aonde com pouca delicadeza derrubava uma colher de extrato de vanilla em uma leiteira.
O tempo do começo da primavera havia tido uma recaída com os tempos do inverno, forçando mais uma vez os moradores de Bexley a recolherem seus casacos felpudos e botas da Uggs da prateleira mais alta do guarda-roupa - embora a moça do tempo do jornal da manhã tivesse prometido que os cidadãos não precisariam se preocupar com se proteger da brisa gelada até o mês de dezembro.
- Não posso me atrasar hoje, pai! Guarde o que sobrar na geladeira, por favor! - Galatia apertou as mãos do irmão Gabriel antes de o puxar em direção a porta de entrada. Tinha se distraído depois do banho com inúmeras tentativas falhas de desenhar uma fina linha de delineador sob as pálpebras. Foi só quando entregou os pontos e usou um algodão para tirar com violência a maquiagem do olho que percebeu que estava há cinco minutos da primeira aula.
