Capítulo 1: Até Uva-Passa

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Seis meses depois

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Seis meses depois...

O céu azul-cristal desprovido de nuvens - cenário típico de um começo de primavera - clareava de forma gradual enquanto a brisa congelante perdia sua potência noturna e se dissipava no ar frio. Frio que não era tão frio, pois desde fevereiro o calor parecia estar mandando lembranças e promessas de que voltaria em breve.

Não só o tempo havia mudado, como o tempo havia mudado tudo aquilo que a tão pouco tempo atrás parecia imutável.

A vigilância havia voltado à sua função natural e exclusiva de interditar festas adolescentes. O lago Champlain havia voltado a se tornar o melhor ponto para amassos despreocupados tarde da noite. A praça dos Andarilhos agora era recheada por crianças que iam brincar na rua depois da escola. O Sr. e a Sra. Stuart voltaram a fazer sua clássica torta de maçã caramelizada e vendê-la na feirinha até o cair noturno.

As pessoas não tinham mais medo do que poderia acontecer no escuro e no meio da madrugada. Ninguém mais temia o mímico e clamava por respostas por parte da polícia. Ninguém ligava mais, por que são poucos os medos no mundo que o tempo não cura.

São muitas as coisas que se portam como gigantes mas se tornam irrelevantes e pequenas com um bom e velho passar de um tempo.

Paradoxalmente, eventos como o que estava acontecendo naquele exato começo de manhã na casa grande de tijolos marrons da família Lockhead, provavam que o tempo também trazia consigo muitas surpresas - e até novos problemas.

Leon Lockhead não resistiu - assim que deixou sua cabeça pender no travesseiro - em soltar dos lábios cerrados um gemido que fez seu corpo todo tremer de forma breve.

- Caralho.

Assim que respirou fundo e concentrou forças para abrir os olhos azuis e erguer a cabeça com uma tensionada de pescoço, a figura da menina que se esfregava em todas as suas partes mais deliciosamente sensíveis fez o menino não aguentar em deixar tombar a cabeça mais uma vez e repetir seu mantra.

- Angela, você vai me matar - Sussurrou por que não tinha capacidade de dizer aquilo em alto tom enquanto a loira cedia ''abertura'' para Leon e inclinava o corpo para beijá-lo no pescoço. Nem estava tentando soar sexy, só estava realmente a alertando da possibilidade de sofrer uma parada cardíaca ali mesmo.

- Diga que eu sou linda - Angela ordenou, mordendo a orelha do menino que, novamente com os olhos fechados, disse o que ela queria ouvir mil vezes, coisa que a fez gemer ainda mais alto. Leon, em seus momentos de sanidade mental aonde o tesão falava mais baixo, achava aquele fetiche egocentrista um pouco ''diferenciado'', mas em momentos como aquele aonde não respondia por suas próprias atitudes, qualquer coisa que fizesse Angela Ashwood revirar os olhos daquele jeito estava valendo.

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