A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Duas semanas haviam se passado desde o suicídio. Duas semanas abruptamente quietas. Duas semanas surpreendentemente mudas e taciturnas.
Bexley High havia cancelado o dia de aula seguido da tragédia, voltando a sua programação normal somente dois dias depois, com algumas mudanças.
Nos recreios, a psicóloga da cidade, Phoebe Parks, se encarregou de promover palestras sobre depressão e ansiedade. Seus sinais e os meios para procurar ajuda.
No restante das aulas, os outros professores ofereciam apoio e sigilo para qualquer aluno que precisasse desabafar no final dos períodos.
Nas saídas, panfletos que explicavam os principais sintomas da doença eram distribuídos para os pais e responsáveis.
No tempo que sobrava, o reinado era do silêncio.
E em meio a todo aquele silêncio, os pensamentos se tornavam insuportáveis e barulhentos.
O mais barulhento deles era uníssono entre os alunos de Bexley High, em especial um trio de amigos;
Por que não fizeram toda aquela propaganda antes?
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Leon Lockhead arremessou uma pedra no Lago Champlain. A pedra quicou três vezes e desapareceu da superfície esverdeada.
- Faz de novo - Marina Muller pediu, sem expressão, com o rosto apoiado no ombro do amigo.
Antes de recolher mais um pedregulho, Leon lançou um olhar para a outra amiga ao seu lado que observava os próprios pés com os olhos foscos e vazios.
- Ei... - Emitiu de forma doce, trazendo os olhos castanhos de Galatia Gray em sua direção. Sem mais nenhuma palavra, envolveu a amiga em um abraço lateral que ela retribuiu encolhendo seu corpo contra Leon.
Por longos minutos os três permaneceram ali, interligados e assistindo o movimento natural das águas do lago. Não haviam mais palavras.
Agora era a vez do silêncio.
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Faziam exatamente duas semanas que Pao-Tsu Pang havia sido encontrada em seu quarto, sem vida, por sua mãe, Pok-Too Pang.
No relato que deu para a polícia, Pok-Too disse que havia adormecido em sua sala e acordado por volta das cinco e meia da manhã. Depois de alguns minutos, decidiu chamar pela filha, até que a falta de resposta do outro lado a preocupou e fez com que a mulher pegasse a chave reserva em seu cofre e destrancasse a porta de Pao.
Mas a pequena brecha aberta foi suficiente para concretizar o pior pesadelo de qualquer mãe.
Em seguida, a mulher em meio ao desespero primeiro chamou pelos vizinhos aos prantos, e depois, com auxilio destes, alertou as autoridades.
