A Inocência (Completo)

Alexandre

É evidente que Marisa me abomina com todas as forças do coração dela praticamente saiu correndo do quarto para ficar com Tiago é até difícil saber que tudo isso é culpa minha mas não vou desistir, vou conquistar a confiança e afeto dela assim nunca irá me deixar.

– O almoço já está pronto.

Fui até o quarto de Tiago avisar Marisa, ela estava sentada com nosso filho no chão parece que os dois brincavam com os brinquedos que comprei pra ele. Marisa pegou Tiago no colo e saiu em direção das escadas, já tinha mostrado a casa para ela então não seria difícil pra encontrar a sala de jantar, a mesa já estava posta com uma variedade de comidas que pedi para cozinheira fazer, de repente Marisa se senta no chão junto com Tiago e fica com a cabeça baixa como era na mansão.

– O que está fazendo?

Peguei Tiago no colo que ficou animado na hora, meu filho me ama mesmo depois de tudo que fiz.

– Quero que levante do chão e venha sentar ao meu lado na mesa.

Ela ficou um tempo me olhando sem entender minha ordem.

– Vamos, a comida vai esfriar!

Ela se levantou do chão e sentou na cadeira que mandei, ainda com a cabeça abaixada mas Tiago chamou sua atenção puxando uma das mechas do seu cabelo.

– Mama.

– Oi, meu amor. Você quer que a mamãe faça aviãozinho?

Ele apenas bateu palmas como se fosse sua resposta afirmativa, ela colocou Tiago sentado cuidadosamente em seu colo de uma maneira que conseguisse alimentar a ele.

– Olha o aviãozinho.

Marisa fez o barulho com a boca deixando o menino mais alegre do que já estava.

– Está gostoso a comida, meu amor?

Ele batia palmas feliz, é estranho ver essa cena sem pensar que quis acabar com isso, tirar a oportunidade dela de ser mãe e tirar o direito de Tiago de nascer e ser uma criança tão feliz como é, sou um monstro e não consigo sequer contar a verdade para Marisa porque tenho medo de perdê-la, meu filho e a criança que cresce no frente dela, sou um monstro covarde e sei que mais cedo ou mais tarde Marisa vai descobrir.

– Papa.

Saio dos meus devaneios com a voz do meu menino me chamando.

– Tiago quer que o senhor dê comida pra ele.

Marisa além de medo tinha vergonha de mim, ela percebeu que estou olhando pra ela diferente e permaneceu com a cabeça baixa.

– Claro, vem aqui no seu pai, Tiago.

Peguei ele no meu colo enquanto Marisa colocava o prato com a papinha dele na minha frente junto com a colher.

– Por que não come, Marisa?

Comecei a encher a colher com a papinha de Tiago e colocar na sua boca, o menino comia com gosto.

– Tem muita comida e esse almoço é pra nós.

Ela como uma menina obediente pegou o prato e colocou a comida, começou a comer.

– Ótimo, vou terminar de dar comida pra Tiago e logo me junto à você.

O menino comeu toda a papinha e o suco também por isso é tão forte e grande pra idade dele.

– A comida está boa?

Ela apenas balançou a cabeça enquanto cortava sua carne com elegância, é claro que Marisa foi educada para se tornar uma dama e eu à transformei em uma cachorra tantas vezes que era pra menina comer com a mão mas não, Marisa não se esqueceu do que foi um dia.