"Entrem pela porta estreita,
pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição,
e são muitos os que entram por ela.
Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida!
São poucos os que a encontram.
Mateus 7:13-14
Meses atrás...
Dormi em casa por insistência da minha mãe.
Foi a primeira vez desde que ela foi internada. Eu não queria deixá-la sozinha, mas ela insistiu.
A última sessão de quimioterapia a deixou muito debilitada e resolveram interná-la.
Bispo Túlio me deu alguns dias para acompanhá-la. Ele sabia que ela não tinha ninguém além de mim.
Acabei de assistir a primeira missa do dia e, desde que acordei, estou com um nó preso na garganta.
Entro no meu carro com destino certo para o hospital.
No meio do caminho, meu celular toca.
— Filipe?
— Oi, Milena.
— Estou no hospital e...
Sua voz chorosa e sem força me faz parar o carro no acostamento.
— Estou a caminho. Ela está bem? — pergunto nervoso, sem esperar que ela complete a frase.
— Não, meu amigo. Sua mãe acabou de falecer.
Uma onda de tristeza me atinge. Como posso tê-la deixada sozinha?
Não consigo mais ouvir o que Milena fala ao celular.
Tudo parece perder o sentido.
Completamente desnorteado, procuro me acalmar.
Desligo o celular e, sem saber como, consigo chegar ao hospital.
O vazio em meu peito é gritante.
Encontro Milena na porta do quarto onde minha mãe está.
Ela me abraça apertado e chora em meu ombro.
— Eu sinto tanto... — diz em meu ouvido.
E eu sinto-me tão inerte com a notícia que não consigo chorar.
— Ela... ela ainda está aqui? — pergunto e Milena faz que sim, enxugando as lágrimas.
Em um só movimento eu entro em seu quarto.
Deitada como se estivesse dormindo, eu a vejo.
Apenas ao ver seu semblante tão sereno que as lágrimas surgem. Surgem de forma desesperadora.
Sento-me no canto da cama e aliso o seu cabelo.
Em suas mãos, sobre a barriga, está seu antigo e pequeno caderno.
Retiro das suas mãos e coloco sobre a mesinha.
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QUE ASSIM SEJA, AMOR
RomanceComo pode o mais belo amor ser proibido? Um amor impossível e duas pessoas dispostas a lutar contra o mais profundo dos sentimentos. - OBRA REGISTRADA. Plágio é crime.