"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"
Marisa Monte – Infinito particular
Ouço duas batidas na porta do meu quarto e peço para entrar. Giulia entra, vestindo o seu conjunto de blazer cor de vinho com o emblema da Casa Fontenelle.
Ajeito-me na cama, com o laptop no colo.
— E aí, está fazendo o quê? — pergunta, sentando na beirada da cama.
Olho para lado e para o outro.
— Como assim? Estou na cama.
— Não, doida. Por que não foi trabalhar agora de manhã?
Reviro os olhos, colocando o laptop na mesinha ao lado.
— Não avisaram para vocês? Estou de férias.
— Férias? Quando que isso aconteceu?
— Tecnicamente, no sábado. Liguei para o RH mais cedo para me certificar disso. Otto acha que eu deveria descansar. Uma grande besteira.
— Será que ele não quer me dar férias novamente?
— Você tirou férias mês passado.
— É. Eu sei. Não reclama, vai!
Aproveito para perguntar a ela sobre o movimento dessa segunda e como estava a organização. Nesse período de pré-colheita das uvas e durante a própria colheita, a Casa Fontenelle trabalha a todo vapor, tanto na parte de produção para receber a safra, como na visitação dos turistas e todas as áreas que eles conhecem. O restaurante e toda a área externa da vinícola ficam abertos e todos os funcionários trabalham arduamente.
Péssima época para as férias. Péssima!
Giulia me tranquiliza sobre o andamento de tudo. A Casa estava cheia e ela aproveitou o período de almoço e pausa na degustação dos vinhos para vir até aqui.
O prédio de visitação da vinícola e a casa ficam na mesma fazenda, com apenas 10 hectares de parreiras estavam entre elas.
— Pablo contou que fizeram as pazes — conta, mudando de assunto.
— É. Apenas vamos com calma. Não está mais chateada?
— Eu senti vergonha pelo meu amigo, só isso.
— Eu também sou sua amiga, Giulia.
— Eu sei. É porque ele estava tão animado com esse pedido. E eu bebi demais.
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QUE ASSIM SEJA, AMOR
RomanceComo pode o mais belo amor ser proibido? Um amor impossível e duas pessoas dispostas a lutar contra o mais profundo dos sentimentos. - OBRA REGISTRADA. Plágio é crime.