L1|| XLVIII. Zero Absoluto

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Nunca me senti tão pequena e fria em toda minha existência, desde a frente da casa de Igor quando me pegaram até aqui, agora sendo arrastada até o salão principal do "castelo" de Garou

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Nunca me senti tão pequena e fria em toda minha existência, desde a frente da casa de Igor quando me pegaram até aqui, agora sendo arrastada até o salão principal do "castelo" de Garou.

Nos descobriram.
Me pegaram.
Valkírias me encontraram e me arrastam sem dó.

Eu desisti de chutar e gritar. Chega uma hora que cansa. Eu já não estou nas melhores das condições físicas, especialmente depois de ter de fugir de uma besta aviária gigante no mundo humano. E agora isso.

Duas Valkírias. Eu as conhecia pessoalmente. Cada uma delas segura meus braços firmemente. Não soltam nem por um segundo. Sem falar uma única palavra desde que me encontraram, nem responder minhas inquisições.

E para piorar tudo, quando chegamos em Adaris eu vi a última pessoa que queria ver aqui.

Verena.

Sendo puxada pelo cabelo por uma carrasca semelhante a minha. Ela está molhada, com várias manchas roxas em suas roupas e me pergunto o que acontecera pois aquilo é sangue de Valkíria.

Grito seu nome mas ela não me ouve de imediato. Quando ouve, a amazona que a mantinha lhe bateu com tal força que a apaga.

Eu estou tão cansada de me debater. Mal tenho forças para andar e agora, depois de me manterem numa cela escura, elas literalmente me arrastam por um corredor. 

Como tudo acabou assim?
Como eu vim parar aqui?

Chegando no salão de Garou, eu o vejo próximo a Verena que está de joelhos a frente dele e parece ter sangue correndo por seus olhos. Ela o olha, hipnotizada. A primeira coisa que fiz foi gritar seu nome, de novo. Chamá-la, quebrar o transe no qual parece estar. Ela é inocente, não tem absolutamente nada a ver com isso e eu me afogo em remorso pois está aqui por minha causa.

Mas ela não me ouve, não vira para mim. Garou teve que forçá-la a me olhar para responder a perguntar que ele fez. Se ela me conhecia. Quando parece quebrar de seu encanto, chama meu nome, avançando até mim.

Não, Verena, não!

Garou a puxa pelos cabelos, num forte retranco. Com uma mão dando uma volta quase completa em sua nuca, Garou mantém controle sobre Verena como uma marionete. Ela se debate, ele a ergue do chão e a vira de frente para ele.

— Garou, por favor eu imploro! Deixe-a ir! — É tudo que consigo pensar dizer.

— Caliandrei... ou melhor dizendo, "Cali" — Debocha. — Patético, não acha? — Ele diz observando Verena com curiosidade. — É isso aqui sua cúmplice? Inferior. Efêmero. Fraco. É com a assistência disso que se rebela contra seu Regente?

"Isso" é Verena. Ele a estuda atenta e genuínamente curioso, morbidamente interessado em sua fragilidade humana. Mais uma vez eu imploro que a coloque no chão e a poupe disso.

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