L1|| VII. Lar Doce Lar

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Técnicamente, moro próximo ao trabalho

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Técnicamente, moro próximo ao trabalho. Mas, devido ao maravilhoso sistema de transporte público paulista e o trânsito, sempre demoro mais do que necessário para chegar em qualquer lugar.

Como não tenho carro ainda, se é muito tarde, estou atrasada ou preciso fazer compras, pego um Uber: um dos benefícios que a Bauer Investimentos me dá. Ele se propôs a pagar por qualquer viagem, relacionada ao trabalho ou não. Não me parece tão difícil aguentar aquela carranca todos os dias com algumas dessas regalias que ele me oferece.

Aceitando sua proposta, minha conta está vinculada ás contas do escritório, assim como a conta do meu celular. Quando Bauer ofereceu, não pensei duas vezes. Internet ilimitada. Nem preciso colocar wi-fi no meu apartamento ou roubar mais da padaria no andar de baixo. E eu não abuso do pacote de dados, uso somente quando necessário.

O que pode ou não ser o tempo todo.

O uber me deixa em frente ao meu apartamento que fica no segundo andar de um prédio de esquina de três andares. Fica sobre uma padaria que também é loja de conveniência de dia, e de noite vira bar. O barulho não é um grande problema, é apenas um bar na parte antiga da Barra Funda para pais de família que trabalham em alguma metalúrgica de dia e querem assistir jogos de futebol com os amigos a noite.

Meu apartamento é de um quarto: um ovo com espaço suficiente para uma pessoa. O aluguel é meio salgado, mas com o salário que Bauer me oferece dá para pagar. Eu gosto daqui, apesar dos pesares. O prédio é meio velho, poderia usar de uma renovada na pintura por dentro e por fora, e também de umas portas e janelas novas, pois emperram toda vez que tento abrir ou fechá-las.

Chegando aqui, subo as duas escadarias e sigo pelo corredor até minha porta vermelha, que fica quase frente a frente a de Lucas. E por falar nele, já ouço vozes e música vindos de seu lado do prédio.

Tomo um banho rápido, o que minimiza os efeitos da cachaça que bebi com Bauer. Recoloco o vestido e penso no que fazer com meu cabelo molhado, e não confiando que seu volume não vai crescer exponencialmente enquanto seca, faço uma trança lateral. Aplico maquiagem suficiente para escolher as olheiras e espinhas que a vida me deu e, lançando um sorriso satisfatório a minha imagem no espelho, decido que estou pronta.

Cachaça Barrilha na mão, tranco minha porta e bato na dele.

— Tá aberto! — Ouço alguém dizer. Contenho o frio que surge na minha barriga e abro a porta dele.

— Vizinha! — Lucas diz com entusiasmo, sentado no braço de seu sofá conversando com dois caras. Ele levanta e vem em minha direção. — Uau! — Sibila e eu acho que vou morrer por um momento.

Ele parece gostar do meu vestido. Sorrio timidamente, mas já me achando. Ele coloca o braço sobre meus ombros e me apresenta aos presentes na sala.

— Pessoal, essa é minha nova vizinha, Verena. — Alguns dizem "oi" de volta, alguns ignoram. Ele não me solta e meu coração bate mais rápido. — O que você quer beber, Vê?

ADARISOù les histoires vivent. Découvrez maintenant