Desventuras De Maryanne

Dizer-me o quê?

Seus lábios deixaram os meus e foram explorar meu corpo.
À medida que sua respiração junto a seu beijo molhado caminhavam em meu pescoço, eu...

- Caçulinha, por acaso viu meu celular e um caderno velho de cartografia? - Acordei com a respiração acelerada. A voz de Audrey e suas batidas sobre a porta despertaram-me.

- E-Eu...Eu realmente sonhei que estava... estava... Com o Dylan? - Perguntei-me em um sussurro.

- Caçulinha?

- Desculpe, Audrey.- Passei a mão em meu rosto. - Estou em outro mundo, mas sim, eu vi. Entre, a porta não está trancada.- Disse entre um bocejo.

- Bom dia! - Mostrou-me um sorriso.- Desculpe se te acordei.- Caminhou até a cama.- Estou atrasado e preciso dessas coisas para sobreviver a algumas aulas exaustivas.- Sentou-se ao meu lado.

- Então, em vez de assitir a aula e participar, o senhor desperdiça tal tempo desenhando? - Olhei-o com um olhar brincalhão.

- É uma das únicas formas que encontrei para não dormir, o que seria pior. A semestre está se findando, estou além da média e ciente de todas as matérias dadas até então, o que me resta é comparecer para não perder o ano por falta, porém ir para desenhar.

- Eu até te daria alguns sermões, mas não devo e seria egoísta por conta de tal atrevimento, porque também fazia isso, mas desenhava nas carteiras e os desenhos eram horríveis.-  Rimos - Além de dormir, o que também era pior, entretanto fazia. Abaixava a cabeça e simplesmente adormecia. Principalmente nos períodos de História. Colocava até mesmo os fones para não ouvir a voz da discente, embora não houvesse música. Mas mal sabia em qual matéria estávamos ou algo relacionado. Eu era realmente uma péssima aluna. Mas não era por querer, há toda uma história por trás de meu desânimo. Não disse noite passada, até porque não me lembrei, mas logo, logo direi. Contudo... - Abrir a pequena gaveta do criado-mudo e peguei seus objetos.- estão todos aqui... O caderno de cartografia, o celular e também, embora não tenha me inquirido, o notebook. Desculpe ter ousado a tal ponto e não pedir, porém realmente precisava e foram os únicos que consegui encontrar pela frente. Peguei o caderno para escrever algo, o notebook para enviar um e-mail,pois o que está não liga, mesmo tendo carga,  e peguei o celular para fazer uma ligação para alguém importante. Mas garanto que não acessei nada, não me aprofundei em nenhum aplicativo ou mensagens, uma vez que tem senha e só realiza ligações.  Prometo, nunca mais pegá-los sem pedir.

- Tudo bem, Caçulinha, não ligo. Pode pegar quando quiser. Aliás,  caso queira, pode ficar com o  Notebook, não tenho usado com muita frequência.

- Voce não está falando sério... Ou está, Audrey?

- É seu. Inteiramente seu.

- Ahhhhhh, obrigada, Drey! - Abracei-o.- Acabei de ganhar o mundo, literalmente. Pois o mundo está quase todo aqui, neste aparelho.

- Você não sabe o tamanho da minha felicidade ao vê-la com esse sorriso logo de manhã.- Pegou em minhas mãos - Parece que foi ontem que te vi numa cama, pálida... São incontáveis às vezes em que ajoelhei-me de madrugada para pedir aos céus por você e Marcus.- Olhou-me fixamente.- Parecia que minha verdadeira irmã estava ali, uma parte minha, embora agora seja. Contava os minutos para que você se recuperasse para que eu pudesse ver a cor de seus olhos, e olha, eles são incríveis. Caramelo, mel, esverdeado, eu não sei...- Sorriu.- Apenas sei que estou vendo-os brilhar. Obrigado por fazer parte de nossa vida, Mary. Você está sendo uma lição para todos nós.

- Obrigada você, Audrey, por confortar-me, por cuidar e orar por mim e por meu pai. Por ter suportando-me, por  suportar-me. Estou encontrando obrigo no coração de cada um. Encontrei o consolo que sempre quis e tenho abraços para qualquer momento. - Olhei-o - Agora tenho certeza de que a Senhorita vida decidiu ficar ao meu lado,        consedendo-me vocês e inúmeras outras aventuras nesta nova cidade. Apesar de tudo que passei, de minhas percas que ainda doem intensamente, até o momento em que cheguei aqui, embora não me lembre de tudo, vocês foram os meus melhores acasos. Mesmo em dias de desânimo tenho certeza de que irão me tirar um sorriso. Desculpe por talvez não ser o que esperavam, mas tentarei melhorar dia após dia, não por mim, mas todos vocês.