Filho?

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Batidas persistentes sobre a porta tiraram-me a atenção e despertaram outra vez meu ódio, fazendo-me jogar meu pote com pipoca sobre o chão.

- O QUE É? EU NÃO POSSO MAIS ASSISTIR A UM FILME? - Gritei.- Desculpe, Noah, isso me irrita. Não veja-me como uma garota louca. Somente... Somente estou tendo uma pequena desavença com algumas pessoas idiotas.

- Não, não. Tudo bem. Eu entendo.- Disse.

- Sou eu, Austin.-

- O QUE FOI, AUSTIN?

- Será que você poderia vir até a porta, por favor? Eu preciso falar algo com você.

- Quer que eu saia? - Perguntou Noah.

- Jamais. Você fica. - Levantei-me da cama.

- Vou pausar o filme. Assim assistimos juntos.

- Não precisa. Volto em instantes.- Sorrir.
Logo caminhei vagarosamente até a porta do quarto.
Girei a maçaneta.

- Joyce já foi? - Perguntei.

- O que ele está fazendo em seu quarto.

- Perguntei se ela já foi.

- E eu perguntei o que ele está fazendo em seu quarto. Como pode trazer alguém que mal conhece para sua casa?

- Digo o mesmo para você.

- Mas eu a conheço a mais tempo.

- Não importa. A casa é minha.

- Para mim importa. Preocupo-me com você.

- Pelo que vejo não.

- Porque raios está com esse...esse short, Maryanne?

- Eu uso o que eu quiser, no momento em que eu quiser, Austin. Você não manda em mim!

- Não há jeito com você! Tire-o desse quarto!

- Tire-a desta casa, aí conversamos.- Fechei a porta.

- Se está fazendo isso para irritar-me, conseguiu.- Ele disse. Eu Revirei os olhos. - Porém, não mais irei intrometer-me, faça o que quiser, o que bem entender. Mas todo ato mal pensado tem uma consequência. Só vim aqui para te dar dois recados... Charlotte ligou dizendo que não pôde vir hoje porque teve uma consulta médica. Mas amanhã estará aqui. E irei passar dois dias na casa dos avós de Joyce. Para vermos um cometa que irá passar hoje à noite. Então, cuide-se.

- Vá, deixe-me sozinha e divirta-se com aquela... aquela... Ahhhhh!- Murmurei.

- Iria te convidar, mas você é muito cabeça dura.- Escutei seus passos. Parecia ter se retirado.

Abrir novamente a porta. Caminhei silenciosamente até o corredor.
Escondi-me atrás de um
grande vaso de flor e comecei a escutar a conversa entre eles.

- Pronto? - Escutei Joyce perguntar.

- Sim,vamos.- Ele Pegou sua mochila.

- O que aconteceu, Austin? Antes você parecia tão... tão animado.

- Não é nada... Eu estou bem.

- Como nada? É Maryanne, não é? Deu para escutar a pequena discussão de vocês. Sente algo por ela? - Cruzou os braços.

- Não, Joyce, não sinto nada por Maryanne. Não comece também.

- Então por que estava incomodando-se com a tamanho de sua roupa?

- Porque me preocupo com ela. O que é diferente de sentir amor.

- Não estou sentido firmeza em suas palavras, Austin.

- Estou dizendo a verdade...

- Ainda não disse para ela, não é?

- Não. Ainda não.- Suspirou.

- Por que não?

- Porque não é o momento.

- Não importa o que sinta ou pense, temos nossa vida agora.

- Eu sei, eu sei... Mas o melhor é evitar. Quando eu estiver preparado digo tudo. Se puder, não diga nada também...

- Tudo bem, eu não irei contar. Mas não quero você junto demais a ela. Somos uma família e eu preciso de você.

- Entendi, Joyce. Farei o máximo para cuidar de você e de nosso filho. - Ele sussurrou.

Filho? Nosso filho? Ele e Ela... Os dois terão um... um filho?
Não, não, não!

- Seremos felizes. - Ela encostou seus lábios nos dele. Porém, ele parecia frio demais.

- Sim, seremos...- Suspirou fundo.- Agora vamos.- Desviou-se dela.

Então é esse motivo que acarretou-a dirigir-se até aqui. Austin teve a audácia de esconder-me tudo.
Eu não acredito que ele ousou tal a ponto.

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now