MARY NARRANDO :
Meus olhos logo abriram-se preguiçosamente.
Antes que eu, talvez, abrisse a boca para murmurar algo por ainda está na casa de Pedro, deitada ao seu lado, trêmula por conta do frio daquela manhã cinzenta, sim, ele havia puxando todo o cobertor, uma dor forte que parecia pisar sobre minha cabeça, reinava.- Odeio sentir dor... Odeio mais ainda acordar com dor.- Sussurrei levantando-me. Pedro roncava de forma demasiada. Seu sono parecia profundo e relaxante, diferentemente do meu.
Bem, não sei se certamente dormir. Pois quem dorme, acorda descansado e não problemático.- Ei, acorda! - Retirei o cobertor de seu rosto.- Hum? - Perguntou com os olhos entreabertos.
- Acorda logo! - Revirei os olhos - Anda!- Empurrei-o até o chão.
- Bom dia, Mary...- Deu um bocejo - Parabéns pela ideia genial. Essa é a melhor forma de acordar alguém. - Disse caído sobre o chão.
- Por que não estou em minha casa? Em meu quarto?
E onde está a roupa que sua mãe emprestou-me? - Havia um pijama simples vestido em meu corpo.- Não sei se estou enganado, mas você já disse "bom dia"? - Indagou ironicamente arqueando uma de suas sobrancelhas.
- Não está sendo um bom dia para mim, então consequentemente não irei desejá-lo também um bom dia, porque não é recíproco! - Murmurei - Agora responda-me!
- Tudo bem...- levantou-se do chão.- Você bebeu exageradamente noite passada.- Sentou-se em uma cadeira que havia por ali.- E eu não poderia te levar para sua casa naquele estado, Karla surtaria.- Vestiu uma camisa - E além de tudo, você passou mal e vomitou em toda a roupa. Então tive que pedir a Augusta para te trocar.
- Isso é mesmo algo autêntico? - Minhas palavras saíram com incredulidade. Ele assentiu olhando-me. Percebi a genuinidade em seu olhar.- Por que não impediu-me, então? Sabe que sou leiga quando o assunto é beber!- Arremessei-lhe um travesseiro.
- Eu não tive culpa. Tentei tirar diversas vezes o copo de sua mão, mas você agia com estupidez e pegava-o novamente. Surtou que eu havia beijado duas vezes uma garota e...- Interrompeu-me.
- E não beijou?
- Ela me beijou.
- Ata.- Sorriu.- E você cedeu.
- São as mesmas palavras que disse ontem.- Olhou-me.
- Não me espanta. - Emburrei a cara.
- Você também beijou demoradamente um cara.
- Isso também não me espanta. Discutimos ontem?
- Sim.
- Outro algo que também não me espanta.
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Desventuras De Maryanne
Teen FictionA vida de Maryanne Campbell Navarro não é nada pacata mas extremamente turbulenta, como a vida de algumas outras adolescentes consideradas rebeldes. Seus problemas começam aos cinco anos de idade e sua vida muda repentinamente aos dezesseis. E nes...