Quem é aquela? 🆗

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- Maryanne, silêncio! - Murmurou, Anny. Professora de detenção.- Já é a décima vez que te peço isso em seis minutos de aula!

Ela é mais uma, das incontáveis professoras e professores que eu odeio neste colégio.
Pensando bem, acho que odeio tudo e todos.
Enfim, ela foi a segunda professora que tive o desprazer de conhecer logo nos meus trinta minutos de aula, claro, do tão clichê "Primeiro dia de aula."

Por quê? Não intimidei-me. Achei-a sem doce, sal e óleo. Uma papinha de bebê. E a respondi.
Minha intuição de pessoa escrota á vista, havia disparado quando a vi.
No entanto, ela não gostou muito da minha graça e mandou-me para a detenção. A primeira da sala a ir para a detenção no primeiro dia de aula.
Mereço ou não os parabéns por ser um mal exemplo de discente?
Contudo, aproximadamente seis anos atrás, conheci Anny, a qual odeio até hoje.

- Eu não estou fazendo nada!- Disse entredentes.- Aliás, não há mais ninguém nesta sala, senão eu e você... Pare de delirar, Anny!- Fixou seu olhar em mim - Eu apenas movimentei meus lábios para pedir autorização para ir até o banheiro, porém, você negou!- Cruzei os braços.

O motivo de minha presença nesta sala sem ventilação e janelas, é porque houve indisciplina de minha parte na sala de aula.
Mais uma, das trilhões de vezes...

Professora da vez? Arte.
O porquê? Uma buchinha de papel jogada acidentalmente em sua testa.
O alvo era a lixeira, mas a buchinha preferiu uma testa enrugada.

- Mas as trocas de salas passaram tem aproximadamente poucos minutos. Por que não tirou proveito e foi até o banheiro? - Perguntou.- Ah, esqueci-me... A senhorita estava ocupada demais fazendo atos de crianças.

- Qual o problema com isso? Não posso ir mais ao banheiro? - Murmurei - Saiba que isso é um crime... Questionar-me de tal modo por algo que requer apenas uma afirmação ou uma negação, é... é um abuso! - Seus olhos estavam semicerrados - E deixando bem claro, eu tenho um problema relacionado á bexiga. Necessito de ir ao banheiro a cada instante. Ah, e eu também não pude ir fazer minhas necessidades no momento em que foram feitas as trocas de salas, porque estava ocupada com outras coisas que não lhe convém saber e não fazendo atos de crianças!

- Mesmo? - Ergueu a sobrancelha. - Diga-me o motivo de sua falta de tempo, então. - Retirou seus óculos.

- Tem problema auditivo? Não lhe convém saber! Até porque, não te digo pelo fato de você não ser juíza para julgar-me a respeito de meus atos.

- Você não engana-me. Isso é mais uma de suas desculpas esfarrapadas para vagar nos corredores.

- Eu juro, eu estou realmente apertada! Será que você não entende isso? - Perguntei entredentes. Ela deu de ombros. - Certo, se não me deixar ir, recuso-me a fazer as atividades.

- Não faça... Mas saiba que isso causará mais uma hora de detenção. A escolha é sua.

- "A escolha é sua..." - Imitei sua irritante voz.- Acha mesmo que eu queria está aqui? - Perguntei - Ainda mais com você!- Revirei os olhos.

- Pessoas sagazes pensam antes de cometerem erros. Você não pensou e nem é sagaz. - Ela Disse pegando um livro qualquer. Bufei.

- Não quero saber de seu
blá-blá-blá, se sou sagaz ou não, isso não te afeta, mas sim a mim, e no momento no me importo. Quero apenas saber se irá ou não, deixar com que eu vá até o banheiro.

- Pensando bem, eu acho que... Não! E não iremos mais comentar esse assunto por hoje.

- Isso é desumano, sabia? - Ignorou-me. - Que ódio...- Sussurrei. Desviei meu olhar para o relógio que estava na parede. Seus ponteiros marcavam poucos segundos para o intervalo.

Retornei meu olhar para Anny. Seus olhos estavam fixados em um livro didático. Não via-se uma piscada.

Quebrei por querer, a ponta do meu lápis. Logo, peguei meu apontador.
Levantei-me em movimentos bruscos da carteira. Meus passos silenciosos iam em direção a lixeira. Ao lado, estava a sua mesa.
Virei-me vagarosamente para ver o que de tão interessante lia.
Semicerrei os olhos para ter uma visão mais ampla...

- Maryanne! - Fechou em um galope o livro.

- E-Eu... - Travei.

- Saiba que por ter levantado-se e vindo até aqui sem minha permissão, irá ficar mais três horas de detenção!

- Não é justo! Vim apenas apontar o meu lápis, nada dem...- Fui interrompida pelo sino do intervalo. - Finalmente! - Corri em um galope em direção ao corredor.

- Volte aqui agora, Maryanne! - Exclamou.- Seu tempo ainda não esgotou-se! - Dei de ombros.

***

- Preciso encontrar o Austin...-Disse a mim mesma, em um sussurro.- O intervalo está prestes a terminar e eu tenho que fugir deste colégio...- Curvei para a cantina. Talvez ele esteja por lá.
Deslizei meus olhos por todo o movimentado lugar.

- Encontrei-o! - Sussurrei. Caminhei em passos largos até ele. Porém, em meu andar apressado, vi que ele não estava só.- Quem é aquela? - Ergui a sobrancelha.

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21/07/15 - Dia no qual esta Obra Completou 1K de leitores!

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now