Eu preciso de você

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Minhas mãos tremiam incontrolavelmente

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Minhas mãos tremiam incontrolavelmente.
Meu coração palpitava de forma árdua. Uma dor forte, doída, atormentava-me.
Minhas pernas mal conseguiam suportar o peso de meu corpo.
Todavia, eu estava em prantos, fazia horas, em um cômodo de vassouras e rodos, totalmente desnorteada.
O único ato que consegui realizar quando Violet entrou por aquela porta e movimentou seus lábios, foi manejar meu corpo para qualquer lugar longe daquele quarto.
Eu não tinha resposta para sua pergunta, porque de meus lábios nada era possível sair.
Tamanha a vontade de chorar que desanimou-me em esbravejar, dizendo que culpa alguma eu tinha. Ou se tinha, foi justamente ocasionada por ele.
Poderia ter trocado passos até a porta de saída e caminhado sem rumo por estas ruas que mal conheço, cometendo a loucura de suicidar-me outra vez, só que agora, em plena consciência e definitivamente, já que não há realmente mais motivos para continuar. Entretanto não tinha e nem conseguia criar forças.
Apenas entrei no primeiro cômodo que captei pela frente e deixei as lágrimas matarem-me aos poucos.
Como já estão matando, junto aos meus soluços que estão tornando-se incontroláveis.
Pude notar que o desapontamento, com uma mistura de tristeza, ódio e infelicidade já chegaram e parecem famintos.

Escutei mesmo não querendo, a maçaneta da porta do pequeno cômodo girar.
Ela não estava chaveada.

- Mary, está aí? - É a voz de Violet.
Nada eu disse. Meus soluços falavam por mim. - Escutei seu choro. Estava procurando-a por todo canto desta casa. Nunca imaginaria que estivesse aqui. Ainda bem que te encontrei! - Sua voz parecia cansada. - Posso entrar? - Mantive meu silêncio.
- Irei encarar esse silêncio como um sim, está bem?

A porta logo se abriu. Acolhi a mim mesma. Minha cabeça estava abaixada, coberta por meus braços cheios de pequenos cortes. Sim, ousei em fazer isso. Quebrei um espelho que tinha por ali e cortei-me.
Dizem que alivia a dor que as desventuras da vida causam... E realmente alivia.

Ela levantou delicadamente meu queixo, mostrou-me um sorriso torto. - Você está pálida demais. - Disse num sussurro. Logo levou suas mãos frias até meus braços, limpando o sangue que escorria e acolheu-me com um abraço confortante.
Eu cedi e fui ao encontro de seus braços.

- E-Eu não q-queria, eu não q-queria...- Disse trêmula. Ela levantou a manga de sua blusa.

- Olhe.- mostrou-me.- Eu entendo sua dor.- Sentou-se ao meu lado.- E isso não dará em nada. Então te peço, por favor, Mary, não faça mais isso. É mais um vício que mata. - Abraçou-me outra vez.-
Não levará muito tempo para cicatrizar, os cortes não foram tão profundos. Coisa de inciante.- Sorriu fraco.- Mas se continuar, irá ficar feio, levando-a usar sempre blusas com mangas. Te digo isso por experiência. Dê-me a mão. Irei fazer um curativo e você me durar tudo o que está ocorrendo.

Antes que eu levantasse minha mão, fui capturada pelo desmaio repentino.

***

- Como pôde deixar com que isso acontecesse, Clay?

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now