NÃO ME MATE, POR FAVOR!

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- Hoje o dia será de muito Sol e céu limpo

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- Hoje o dia será de muito Sol e céu limpo. O ar permanecerá parado. Mas como podemos observar na tela, a noite será fria. Não esqueçam os casacos! Agora, fiquem com as notícias locais.

Despertei ofegante.

- Céus! - Disse a mim mesma num um sussurro com os olhos fechados e com os dentes rangidos. Minha cabeça doía intensamente. Parecia ter sido surrada e por consequência mal conseguia abrir os olhos.
O barulho do aparelho televisor causava um enorme eco. -Incrédula de que fui acordada pelo som da televisão... - Sussurrei - Entretanto, preciso de algum remédio, senão irei surtar com essa dor medonha! - No mesmo instante abrir lentamente os olhos. A estranheza logo tomou-me por inteira. - Onde estou? - Deslizei os olhos por todo o local. O ambiente é de um quarto organizado. Quarto este, que é enorme. Hà uma cama aconchegante e espelhada. Ao lado, um criado mudo onde encontra-se um abajur diferente. O chão está forrado com um carpete granfino e escanteado com vasos de algum tipo de flor. Há quadros de pintores prestigiados e uma luminária encantadora, além do espaço para ler e uma pequena mesa de escritório com livros, notebook e post-it com anotações colados na oarede. Há também uma televisão plasma quase do meu tamanho, sem exageros, instalada sobre a parede de baixo da lareira fria. Certamente, de frente para a cama. A tinta é preta e branca. Um só oarede preta. Além do closet. No teto de gesso havia a pintura do céu preto estrelado. Eu estava boquiaberta. Porém, senti um peso a mais e uma dor tremenda em meu braço esquerdo. - C-Como? - Perguntei-me. Meu braço estava engessado. Não só ele e minha cabeça doíam, mas também todo o meu corpo.- Por que raios estou de tal jeito? O que estou fazendo aqui? Como vim parar aqui? O que realmente aconteceu? - Sussurrei levantando-me com dificuldades da cama. - Eu preciso de respostas.- Era possível escutar além do eco da TV, roucos insuportáveis! Empurrei a porta entreaberta e rapidamente sair do quarto.- Aqui é enorme! Como vim parar num palácio desses? - Sussurrei rolando os olhos. Haviam muitas portas ao longo do extenso corredor.
Em passos silenciosos cheguei em  seu meio, onde o intervalo era uma escada de madeira. Encostei-me sobre a parede. Estiquei minha cabeça vagarosamente. Embaixo era possível ver uma sala totalmente suja. Embalagens de guloseimas estavam jogadas por todo o chão. A bela sala estava imunda.
Em contrapartida, dormiam tranquilamente no sofá ao som grandioso da Tv os donos daqueles roucos ensurdecedores.- Ogros...- Sussurrei - Ao longe, na pequena cozinha também desorganizada, pude observar caixas de pizzas.
- Estou faminta! Minha fome é tamanha que parece que não como há dias...- Estranhei-me e desci delicadamente os degraus da escada.

***
- Só mais um degrau, eu aguenta...- Disse entre os dentes, após permanecer agachada por vinte longos minutos sobre a escada, porque uns dos rapazes ameaçou acordar.

- Aproveitem os preços! As lojas Warner's estão com uma promoção excelente para você, cliente amigo. Não economize! Corra ou ligue para o nosso telefone...

A Televisão continuava ligada e em alto volume. Embora houvesse barulho, dormiam levemente.
Olhei-os. Bem... nada mal.
Haviam quatro. Nunca os vi antes.
Será que eles raptaram-me? Ou... Ou será que fui vendida e sou abusada sexualmente por todos eles? Será que essa é a causa de minhas dores? Droga, não consigo recordar de absolutamente nada!
Espera... Mafiosos! Isso, eles são donos de uma máfia e estão prendo-me aqui para extorquir dinheiro ou algo do tipo.
Ainda há a possibilidade de um sequestro relâmpago, onde também almejam por dinheiro.
Minha nossa! Ou não... Talvez, eles... eles... Não há argumentos contrários! É essa a verdade... Eu sou uma refém de um bando de marfiosos e estrupadores!

Eu deveria rebelar-me e matá-los, mas não consigo, pois seus rostos não confirmam nada do que eu disse e tampouco esta casa assim como a vizinhança.
É um lugar pacato e bonito demais para ser lar de marfiosos. Acredito que não sejam nada do que eu disse e eu exagerei.
Todavia não sei o motivo de eu estar aqui, somente sei que preciso fugir antes que eles acordem.

Já estava perto da pequena cozinha.

- Esse cheiro... Só pode ser quatro queijos! - Sussurrei retirando a tampa da caixa. Logo peguei um pedaço.- Um só não contenta minha fome de dez. Preciso é de toda a caixa.- Disse.- Será que não tem nada para beber por aqui? - Perguntei a mim mesma.
Antes que eu me virasse para trás para abrir a geladeira e levar algo para beber, fui surpreendida:

- N-Não façam isso, idiotas! Retirem essa cobra daqui!

Estremeci. Num galope escondi assustada atrás do balcão.

- Droga, e agora? - Eu disse entre os lábios.- Levantei-me delicadamente. Deslizei meus olhos por todo o lado. Não havia ninguém. Contei todos eles, e o resultado foi quatro. Dei um leve suspiro.- Apenas um susto, apenas. Bem, acho que já é hora de ir... Só resta-me saber para onde!- Peguei com dificuldades a caixa de pizza por conta do braço.- Ah, puxa vida, ninguém merece escutar a voz desses apresentadores.- Sussurrei. Coloquei a comida em cima de uma mesinha de centro que havia por ali. - Vejamos... Nada melhor que um bom filme de ficção científica... - Troquei de canal.
Logo coloquei o controle onde estava. Peguei novamente minha comida e fui bruscamente até a saída. Antes que eu pudesse empurrar a porta com os meus pés, alguém segurou-me pelo ombro. Engoli um seco.
- NÃO ME MATE, POR FAVOR! - Gritei.

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now