Dizer-me o quê?

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Meus ouvidos atentos captaram o rangido da porta ao lado

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Meus ouvidos atentos captaram o rangido da porta ao lado.
Ele chegou.
Levantei-me em um pulo de minha cama.
Sentei-me sobre ela e calcei vagarosamente os pares de pantufas.

- Ir ou não? - Perguntei-me em um sussurro. - Ele deve está cansado. Acabou de retornar da faculdade e trabalho.- Desviei o olhar exausto para o relógio. São pouco mais de três da manhã.
Embora esteja exausta, não consegui fechar os olhos  um instante. Preciso vê-lo, perguntar como está, confessar meu novo eu e desculpar-me por não ter ido quando pediu, por não ter recepcionado sua mãe. - Serei rápida. Quero apenas ver seus olhos, seja como estão.- Logo dirigir-me em passos vagarosos até o quarto ao lado.                       
Ao fechar a porta a dúvida novamente voltou-me a corroer. - Maryanne, ponha em sua mente que ele está exausto e precisa dormir, pare com tamanha petulância.- Disse a mim mesma.- Mas certamente ele sairá quando amanhecer, já que não compareceu ao hospital na madrugada para cumprir o estágio, e eu o verei somente à tarde ou talvez à noite. Entretanto tenho urgência de vê-lo justo hoje, justo agora. Não somente eu anseio por isso, mas também meu coração. Porém meu coração pode esperar e eu também...- Antes que eu dissesse algo mais, a porta se abriu rapidamente.

- Maryanne...- Sussurrou.- Está tudo bem? - Perguntou. Desviei meu olhar do chão para olhá-lo, contudo, meus olhos atrevidos fixaram-se em seu peitoral perfeitamente modelado e desprovido de algo que pudesse cobri-lo.
Tornei-me inquieta e vermelha. O coração batia ainda mais rápido, parecia querer sair pela boca, pousar e fazer morada em almas alheias. 

- Está sim. - As palavras saíram num galope da minha boca.- Eu só...só estava indo pegar algo para beber.

- Você está mentindo.- Levantou meu queixo e olhou-me profundamente.
Minhas mãos começaram a ficar trêmulas e borboletas a saírem de meu estômago.
Nunca havia sentido tal sensação antes.

- E por que e-eu estaria m-mentindo? - Indaguei tentando me conter.

- Porque está gaguejando. E só gagueja quando está nervosa, e se está nervosa sem uma razão certa, está mentindo.

- Não, eu...eu... Desculpe, não sei o que deu em mim.- Iria trocar passos para retirar-me dali, porém segurou-me.

- Diga, aconteceu algo? 

- Mal o vi hoje, então... então  veio vontade de você em mim. Essa vontade veio como sede, depois de horas num deserto, veio como desejo, como brisa repentina...- Sussurrei desviando o olhar.
Ele puxou-me contra seu peitoral. A ofegância logo tomou-me por inteira.

- Tenho pensado em você dia e noite. Tenho te ansiado, te imaginado. - Sussurrou.

- Dylan - Engoli seco - Quero...Quero você.- De repente ele pegou-me no colo e levou-me até a sua cama. Seus lábios juntaram-se com os meus, originando um beijo quente e prazeroso. Suas mãos tocavam meus fios de cabelo e sua respiração despertava em mim uma vontade incessante de tê-lo. Minhas mãos deslizavam em seu corpo quente, minhas unhas arranhavam suas costas.
O prazer consumia-nos demasiadamente.

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now