O que está fazendo aqui? 🆗

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- Mary, está aí? - Perguntou ao lado de fora, Charlotte.

- Estou sim, Charlotte. O que quer? - Perguntei.
Estava sentada sobre a janela do meu quarto, observando cair do céu nublado, pequenas e frias gotas de chuva.

- Não é nada. Estou incomodando-a apenas para confirmar se que realmente está aqui.

- É claro que estou aqui. Onde mais estaria? Rodeando por essas ruas vazias e intimidado-me? Seria muito malgrado... - Sussurrei - Entretanto, é penas isso?

- Quase isso, Karla avisou que logo irá voltar. Há poucos minutos que ela ligou.

- Poderia dar-me uma notícia mais amena, não acha? - Revirei os olhos.

- Seu pai mandou-lhe um recado, também.

- Sabia que não viria até aqui somente para ver como estou... - Sussurrei para mim mesma. - Ele finalmente lembrou de minha existência! Puxa, Charlotte, ganhei minha noite com isso! Ou melhor, é como se eu estivesse ganhado a casa da moeda! - Murmurei ironicamente.

- Maryanne, pare com isso! Você sabe que ele se preocupa com você.

- Não irei discutir assuntos relacionado a meu pai com você. Ninguém mais o conhece melhor que eu. Porém, por curiosidade ou não, diga o recado, ou melhor, deixe-me adivinhar... Ele disse, em poucas palavras e em uma ligação de um minuto e três segundos que logo voltará, que está com saudades e por fim, irá trazer de sua viagem, um presente que vai me deixar boquiaberta... É isso? -

- Como você adivinhou, Maryanne? Escutou a conversa?

- Não... É o que ele sempre diz. E como de costume, nunca cumpre.

- Talvez, ele... - A interrompi.

- Charlotte, por favor, nem ouse em começar a resmugar a favor dele...

- Tudo bem, tudo bem... irei deitar-me. Já está tarde. Caso precise de mim, estarei em uns dos quartos de visita.

- Tenha uma boa noite...

- Igualmente.

- Charlotte?

- Sim, Maryanne.

- Obrigada... Obrigada por ficar comigo. Por aguentar meus atos, gestos, palavreados rudes e não se aborrecer.

- Eu te entendo, Mary. Já passei por isso também. É só uma turbulência. Tudo tem seu fim. Entretanto, tenho duas filhas que hoje são grandes mães. - No mesmo instante escutei o barulho de seu salto.

Retirei-me da janela e fechei lentamente a janela do meu quarto, mantendo aberta, apenas as cortinas.
Logo, joguei-me em minha cama.

Meus olhos fixaram-se atenciosamente nos pingos de chuva que caiam e deslizavam sobre a janela.

- Eu não acredito que o beijei...- Sussurrei para mim mesma, incrédula. - Mas logo agora? E por que ele? Eu estou amando-o... Mas eu não posso... Não quero mais amar! Todavia, é impossível. Além de tudo, não quero acabar com a relação entre ele e Joyce... Eu preciso esquecê-lo. Porém, como Maryanne? Ele não sai da minha mente! Simplesmente odeio-me por amá-lo! - Disse entredentes - O que eu estou dizendo? Eu não quero ser clichê! - Coloquei o travesseiro sobre meu rosto. De repente, um barulho peculiar veio do meu Notebook.
Estiquei os braços para pegá-lo. Este, estava na escrivaninha ao lado.

- É o Pedro... Será que aconteceu algo? Mesmo se tivesse não quero saber! - Joguei o Notebook para o lado.- Espera, eu devo deixar de ser orgulhosa. Que conta eu tenho se ele não me ama? Não posso ignorá-lo pelo resto de minha vida apenas porque ele encontrou alguém que o faz feliz... Não posso ser egoísta e querer o amor de todo mundo, mesmo não tendo recebido-o.- No mesmo momento peguei o Notebook e abrir o Skype. - Também, estou morrendo de saudades daquele sorriso

Desventuras De MaryanneOn viuen les histories. Descobreix ara