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Na cozinha, comemos em meio de conversas paralelas. Vitor comeu, fez suas piadinhas, ganhou inúmeros tapas ao passar as mãos nas minha coxas e logo se despediu, indo embora. Confesso que dei graças a Deus nessa hora.

Quando acabei de comer, lavei minhas loças e subi. Escovei meus dentes e cai na cama.
(...)

Lá estava ele, completamente iluminado. Usava um terno preto, com duas abotoadoras brilhantes. As mãos no bolso, enquanto olhava o céu, fazia com que meu ar demorasse a ser solto.

Uma música de fundo tocava, enquanto ele olhava a lua pela janela.

— Gustavo?

Chamei, enquanto minha voz soava como um eco.
Ele não me olhava. Seu olhar magoado e triste, me agoniava.

— Gustavo? Gustavo?

Eu tentei novamente, sem sucesso. Minhas mãos não conseguiam chegar até ele. Então, sua voz começou a sussurrar:

— Piensa en mí, porque mis pensamientos no te deja. Espérame, miel. Pido a las estrellas que entregan ese mensaje usted. 

A frase começou a se repetir inúmeras vezes. Até que ficou alta demais e eu despertei, levantando meu corpo da cama, assustada.

Uma luz forte invadiu meus olhos e eu pisquei, me acostumando. Minha testa e pescoço estavam totalmente suados. Olhei em volta do quarto e todas estavam dormindo um sono pesado. Tirei meu cobertor e suspirei, colocando minhas pernas pra baixo e passando a mão no rosto.

Meu coração estava apertado, minha cabeça doía e meu estômago estava embrulhado.

Era mais um dia sem notícias e sonhando com ele..

Me levantei e sai do quarto. Fui ao banheiro, tomei um banho e desci até a cozinha. Fiz um café forte e voltei aquela sala vazia.

Enquanto assoprava meu café, comecei a reparar o quão negativo era esse lugar. Pensei em todas as coisas que havia passado já em tão pouco tempo e tentei organizar todos esses sentimentos que eu achava que estava sentindo. Sem sucesso.

La putaWhere stories live. Discover now