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Me levantei e fui para o meu quarto também. Tomei um banho para aliviar o cansaço e me deitei. Rolava, olhava o teto, virava de um lado para o outro. Fazia de tudo, menos dormir.

Sete bilhões de pessoas no mundo e foi acontecer isso justo comigo?

Aquilo tinha sido o pensamento mais escroto e egoísta que já tinha se passado pela minha cabeça.

No final de tudo, eu só queria paz. Na minha cabeça, todas as possibilidades se passavam.

Será que eu daria uma boa prostituta?

Meu deus! Que horror! Do que eu estou falando? Como assim, Gabriela? Claro que não. Claro que você não daria uma boa prostituta!

Conturbada, virei-me mais uma vez para a minha direita, abracei meu travesseiro e finalmente o cansaço me ganhou.

[....]

— Gabriela! Vamos, acorde.

Mamãe gritava, me cutucando. Fui abrindo os olhos, sonolenta.

— O que foi? Calma.

— Vamos, Gabriela, acorde e se apronte, não temos muito tempo, vamos.

Mamãe me sacudiu mais uma vez, totalmente inquieta e saiu em disparada.

Levantei, fui para o banheiro, tomei um banho e quando me olhei no espelho, olheiras e mais olheiras. Passei a mão no rosto e vesti minha roupa.

Chegando na cozinha, vi mamãe olhando pela janela.

— O que você quis dizer com: "Não temos muito tempo?"

Ela caminhou até a geladeira e pegou uma marmita. Veio até a mim e me deu.

— Pegue uma mochila e bote algumas roupas. Aqui tem comida o suficiente até amanhã. Tem uma garrafa com água na geladeira. Vai para o térreo, você tem 10 minutos.

Mamãe metralhou e saiu de perto. Ela andava de um lado para o outro.

Eu não me mexi. Ela suspirou.

— Não volte aqui antes da meia-noite. Não volte, entendeu? Agora vai.

Continuou as ordens, sem olhar.

Dei alguns passos em sua direção, colocando a marmita encima da mesa.

— Não.

Respondi. Ela me olhou, assustada.

— Sim.

— Não. Eu não vou.

Mamãe me deu um sorriso fraco, logo, me encarou por uns minutos.

— Seu jeito decidida, me lembra seu pai assim nos conhecemos. Você é tão igual a ele.

Ela caminhou até a mim, me olhando nos olhos.

— Faça o que eu estou te pedindo, filha.

— Nã..

— Por favor?

Meu coração apertou ao ouvi-la. Ela nunca havia falado daquela forma. Sempre foi um mandamento, uma ordem. E agora, ali, eu teria sentido ela tão vulnerável, com a guarda tão abaixada, que me afetou.

La putaWhere stories live. Discover now