Fiquei um tempo matutando algum jeito de passar despercebida. Eu não queria ir pra cama com Vitor.
Não! De jeito nenhum!
O pior é que só tinha o pessoal da faxina arrumando as mesas. Eu estava perdida.
Engoli em seco e com os saltos já na mão, comecei a descer bem devagar.
Era ridícula a ideia de tentar passar despercebida, mas como ele estava de costas não custava nada tentar.
Ele não tinha olho nas costas, né? a não ser o do.... bom, aquele lá, então, acho que não iria me denunciar!
Já descendo o último degrau, apertei meu passo. Passei ligeira por dois funcionários, que varriam o lixo e me olharam espantados.
Eu estava quase conseguindo colocar a mão na porta quando meu nome tomou conta daquele lugar, dando ecos que fizeram meu corpo se estremesser.
Oh céus!
Mumurrei alguns palavraões, enquanto me virava e dava um sorriso cínico.
— Oh, Vitor? Você tá aí!
Ele me olhou como se soubesse ler minha cara de mentirosa e eu tirei o sorriso do rosto.
Quem eu estava querendo enganar?
Os funcionários me olharam, com uma cara repreensiva e eu corei de vergonha.
Que papelão, burra!
— Vem aqui.
Ele me pediu, sério.
— Vitor, eu..
— Vem aqui!
Suspirei irritada e dei alguns curtos passos, não me aproximando muito. Parei com uma certa distância em sua frente. Ele segurava o copo, mexendo o gelo e me analisando.
— Ia passar sem falar comigo?
Engoli mais uma vez em seco e estremessi. Minha testa suava. Odiava mentir e climão. Não passava um ar.
— E-eu, não sabia que queria falar comigo.
— Por acaso esqueceu do que conversamos?
— Nós conversarmos? É, não me lembro.
Levei minhas mãos ao pescoço, coçando.
O semblante de "puto da vida" de Vitor estava nítido. Eu estava com a minha melhor cara de paisagem e estava tentando não olhar nos olhos dele ou teria um troço.Santo Deus das putas cansadas e sem vontade, me defenda!
Ele ficou me encarando por longos minutos e deu uma golada em seu whisky. Vitor pousou o copo no bar e levantou, vindo pra bem perto de mim. Ok, agora eu estava tremendo de nervoso. Iria explodir.
Cadê o vento neste lugar? Sangue de jesus tenha poder!
— Pode ir, Gabriela.
Fiquei um pouco intrigada e balancei minha cabeça, ô encarando. Estava paralisada
Pode ir, Gabriela?
— É burra, não era isso que você queria? Pica a mula!
Logo que caí em mim, dei as costas pra ele, saindo.
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La puta
RomanceGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...