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— Há alguns anos atrás, seu pai tinha um bordel. Aquilo lá era vida dele. Eu era muito nova quando ô conheci, tinha apenas 17 anos e não sabia qual era o emprego, eu era uma menina apaixonada. Quando fiquei grávida de você nós eramos apenas namorados, eu ô amava muito. Quando ele me contou o que fazia para sobreviver, eu aceitei com o tempo. Aquilo lá dava grandes lucros pra nossa família e nós íamos ter um bebê. Nos casamos e você nasceu, estava tudo indo bem, até que seu pai começou a jogar, ele apostava o que tinha e o que não tinha pelo jogo.

Mamãe travou a fala. As lágrimas caím descontroladamente. Eu só conseguia engolir em seco.

— E?

Perguntei.

— Nós discutíamos muito e todas as noites praticamente seu pai dormia fora de casa. Quando você completou 12 anos, seu pai perdeu o bordel pro jogo e assim, ele ia se afundando cada vez mais.

Mamãe pausou, soluçando. Ela dobrou seus lábios, nas lágrimas e respirou fundo, olhando pela janela.

— E então, no fundo do poço, ele faleceu e foi quando um homem veio aqui, alegando que era o novo dono do bordel e que seu pai estava devendo uma boa grana para o casino dele, que fica em cima do bordel. Ele avaliou a casa, mas ela não valia a fortuna que ele devia, eu não tinha um tostão furado, nem tinha como pagar. Eu enrolei esse homem dutante anos, a dívida cresceu, até que ele morreu, eu achei que ficaria tudo bem. O que eu não contava era que o filho dele iria assumir e minha filha...

Mamãe parou de falar e me olhou no fundo dos olhos. Ela segurou minha mão forte e apertou.

— Esse menino é um monstro. Ele financia a prostituição de pessoas à força, ele mata pessoas por dinheiro e agora, ele descobriu como vou pagar a dívida e ele quer..

Ela travou e desabou a chorar.
Eu me tremia toda, estava tentando entender tudo aquilo.

— O que ele quer, mãe?

Ela me olhou sem responder, apenas negava com a cabeça.

— Fala mãe, o que ele quer?

Insisti.

Ela engoliu em seco, apertando minha mão.

— Você.

Arregalei meus olhos e minha cabeça deu um giro. Eu estava totalmente perturbada.

— E-eu? Por que? Pra que?

- Prostituição, Gabriela. Ele quer levar você de mim para trabalhar no bordel!

Gritou.

Quem ele pensa que é? Não vou ser prostituta!

La putaWhere stories live. Discover now