Capítulo 74

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Alfonso: Não – se afastou balançando a cabeça – Não é verdade, você deve ter escutado errado... você ... você tem pensado muito no assunto é isso – secava as lágrimas. Anahí permaneceu calada, não sabia se ele tinha razão, não sabia o que pensar na verdade, estava tão ou mais assustada que ele, as mãos ainda tremiam – Eu... eu não sou essa criança – olhou nos olhos de Anahí, a viu ficar mais branca que o normal e correu até ela a segurando. – O que você tem? – questionou preocupado.

Anahí: Eu não sei – começou a chorar – Eu não quero que seja verdade também, mas ... eu escutei – disparou o abraçando novamente, os dois agora chorando. Alfonso tentou se acalmar, Anahí não parecia bem e isso era mais importante, mas a vontade que tinha de ir tirar a história a limpo era grande. Os dois ficaram abraçados por um tempo, se acalmando, se consolando, cada um perdido em seus pensamentos.

Anahí tinha medo, muito medo do que tudo isso poderia causar na vida dele, pensou em como as meninas pensaria a respeito, como iriam se comportar em meio ao vendaval que estava se aproximando.

Alfonso só conseguia pensar em sua vida, em como poderia uma coisa assim acontecer com ele, lembrou-se da infância com o pai, com as irmãs e então teve uma memoria perdida no passado, o pai doente, prestes a deixa-los e em uma das ultimas visitas a avó Linda querendo conversar com ele, Alfonso já era um adolescente, já tentava ajudar a mãe com tudo que rodeava a doença e os cuidados com as irmãs, Joice ainda era um bebê de pouco mais de dois anos. Linda o cercava, dizia que havia algo importante que ele precisava saber, com o passar dos anos ele acreditou que seria o anuncio da morte do pai que veio a acontecer dias depois, mas agora tinha suas duvidas. Ruth não deixava mais Linda se aproximar e depois da morte as coisas ficaram difíceis, Linda entrará em depressão o tio a levou para morar no interior e Ruth seguiu com sua vida, com seus filhos. Alfonso continuava ali apertando Anahí em seus braços enquanto suas lágrimas vinham sem esforço, pensando, buscando algo no passado que pudesse lhe trazer respostas. O pai o olhando muitas vezes perdido em pensamentos e Ruth de cara feia ao lado dizendo que ele comeria o filho com os olhos, as brigas sem sentido dos pais, era tudo muito estranho agora, era tudo em pedaços, tudo faltava encaixes.

Alfonso: Eu... eu preciso que fique aqui – se levantou soltando uma Anahí apavorada.

Anahí: Eu não vou ficar aqui sozinha, onde você vai? – questionou desesperada.

Alfonso: Eu preciso saber se isso é verdade, eu preciso – respirou fundo tentando se controlar, não poderia chorar como um garotinho de três anos, precisava enfrentar o que fosse, precisava se encontrar, não sabia mais quem era.

Anahí: Eu irei com você – se colocou de pé decidida.

Alfonso: Você não está bem Annie, eu... eu já posso ter perdido muito hoje, você é o que tenho de mais precioso – as lágrimas estavam mais uma vez prontas para cair.

Anahí: E você também é a minha preciosidade – revidou chorando com ele – Eu estarei com você... você querendo ou não – Alfonso a abraçou a beijando o pescoço – Eu te amo – confessou o confortando.

Alfonso: Eu também te amo muito – a segurou pela mão dando tempo apenas deles se vestirem e seguiram corredor a fora. Barbara estava novamente no quarto a frente, se preparava para dormir, embora soubesse que não iria conseguir, Marina estava na recepção orientando um dos funcionários que recebia um grupo grande de hospedes que acabara de chegar. – Onde está sua mãe? Eu preciso falar com ela – disparou e Marina encarou os dois, ambos de olhos vermelhos, não conseguiu ligar ao fato, a única coisa que veio a mente foi o desmaio de Anahí.

Marina: Você está bem? – questionou a Anahí que assentiu sem jeito, fugindo dos olhos questionadores de Marina. – Eu posso ajuda-los? Ela já foi dormir – a curiosidade e preocupação lhe afloravam.

Queria Muito Te Odiar - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora