— Hmm... tem certeza que não quer ir? — Pedro perguntou conferindo se a Duda já tinha saído pra me dar um beijo.

— Tenho amor, acho melhor não ir... é bom que assim ela conhece mais eles. — Falei colocando as mãos no seu rosto. — Dorme aqui de domingo pra segunda, acho que to sentindo sua falta.

— Eu venho, to com saudade de acordar com você do meu lado. — Ele continuou me beijando. — Saudade de você inteira.

— Vai lá antes que a Duda venha e veja a gente juntos. — Dei um último beijo nele e fui até a porta acenar pra ela.

Era tão estranho ficar sozinha, ainda mais quando eu não tinha nada pra fazer.

Se eu ainda falasse com o Léo ou a Isa mas... senti um aperto de saudade no peito.

Acho que a Duda tinha virado minha rotina nos finais de semana, não tinha como me acostumar com o contrário.

Lembrei do aniversário dela, seria na semana que vem... meu Deus como o tempo passa rápido.

Parecia que ela tinha nascido ontem, que as coisas pareciam confusas e nada tinha sentido e agora tá tudo... no lugar.

Isso causava até um tipo de medo, nada vai tão bem assim, nunca.

Respirei fundo voltando pra lavar roupa. Fiquei quase duas horas lá, pensando na vida, só me toquei que estava dormindo acordada quando ouvi a campainha.

Será que eles decidiram voltar?

— Já vou!! — Berrei estendendo a última peça de roupa e saindo de lá.

Assim que abri a porta vi os fios loiros. Era a Isabel.

Ela estava prestes a ir embora mas se virou de novo, os olhos estavam inchados e ela soluçava de tanto chorar.

Estendi um abraço mesmo sem querer... apesar de tudo ela era alguém importante pra mim, ela me ajudou quando eu precisei, quando eu não tinha mais ninguém com quem contar.

— Me perdoa... — Ela soluçou no abraço. — E-eu sou a p-pior pessoa do m-mundo. — Isa chorou mais ainda me apertando no abraço.

— Shhhh, tá tudo bem agora. — Sussurrei passando as mãos na suas costas. — Pra tudo a gente tem um jeito. — Me afastei sorrindo.

Dei espaço pra ela entrar, percebi que ela não conseguia me encarar ou olhar nos meus olhos.

— Me desculpa Maju, por tudo. — Isa limpou as lágrimas com a blusa. — Eu fui uma idiota porque... Ah meu Deus eu só não queria te ver daquele jeito de novo, não queria ter que te ver piorar dia após dia e não poder fazer nada. Eu senti medo, de te perder pra maldita depressão de novo, eu não devia ter me afastado... não devia. — Ela voltou a chorar e abracei ela de novo.

— Isa, tá tudo bem. — Falei. — Mesmo se um dia não tiver, vai ficar tudo bem. Você não tem que me pedir desculpas.

— Você é maravilhosa, já te falei isso? — Ela soltou um sorriso e sorri também. — Eu te amo.

— Também te amo. — Ofereci um copo de água e ela bebeu se sentando.

— Você tinha razão. — Ela fechou os olhos por um instante. — Eu pensei que voltando pra ele iria esquecer o Leonardo, me apeguei a falsa esperança e... ele me usou, fez o que quis, e descartou igual fez antes. — Isa soluçou de novo voltando a chorar. — Só que o pior não é isso, é o fato de eu amar o Léo e ele também não me querer, qual é o problema comigo?

— Não existe problema nenhum com você Isabel. O Léo te quer, só tá confuso, você também não ficou? — Perguntei e ela assentiu. — Ele foi te procurar esses dias no escritório, contei pra ele tudo que aconteceu e... o Léo ficou bem arrependido.

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