P r ó l o g o

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Seu semblante estava triste, cansado e... se eu não tivesse com tanta raiva diria que arrependido. Era como se ele não estivesse preparado pra que eu fosse descobrir aquela merda toda.

Ver ele doeu na minha alma, eu queria bater tanto nele, mas só consegui tapar o rosto de novo e desabar em lágrimas. Passei reto por ele tentando ter o mínimo de contato visual possível.

— Maju... eu... me perdoa Maju. — o Pedro falou enquanto eu passava por ele ainda chorando. — Pelo amor de Deus, me perdoa.

Joguei os saltos em um canto enquanto tentava pensar no que fazer, eu não queria discutir com ele, não queria tornar tudo isso ainda pior do que já era. Não queria nem olhar pra cara dele.

— Maju... fala comigo, me perdoa, me perdoa. — Ele pegou no meu braço enquanto eu subia a escada e olhei fixamente nos olhos dele.

— Não torne isso pior Pedro. Eu não quero discutir, eu não quero explicações, acabou. — Me esquivei dele subindo a escada.

— Maria Júlia, por favor, eu to te implorando, não acabou, por favor não acabou... — Ele continuou falando enquanto eu pegava a mala e jogava todas as suas roupas dentro sem nem olhar direito.

Ele continuou implorando desculpas, tentando me parar, mas eu não conseguia mais ver o Pedro de antes, pra mim ele era alguém que eu não conhecia mais.

Minhas lágrimas estavam atrapalhando minha visão, comecei a jogar coisas minhas junto, estava com raiva, não ouvia mais o que ele falava e só queria acabar com aquilo logo.

Parei de fazer o que estava fazendo e fiquei escorada na penteadeira, eu não aguentava mais, comecei a chorar alto e soluçar toda dor que eu estava sentindo.

— Me perdoa. Eu te amo. — Ele falou segurando meus pulsos e solucei.

Chorei feito uma criança. A dor me atingiu em cheio enquanto ele me puxava pra um abraço, eu estava destruída, em pedaços.

— Não... não me diga isso, pelo menos não depois de tudo que você me fez Pedro. — Funguei me soltando dele.

— Eu sei que é difícil de acreditar, mas eu te amo, eu não sei onde estava com a cabeça, me perdoa meu amor. — Ele limpou as lágrimas que vinham dele e balancei a cabeça.

— Você me manipulou Pedro, me fez pensar que estava tudo perfeito, que as coisas estavam dando certo, você me traiu com uma vagabunda, você trocou a merda do nosso casamento por uma traição, você traiu minha confiança, você matou tudo que eu sentia por você. — Cuspi tudo gritando e chorando ainda mais. — Eu sinto nojo de ter acreditado em toda essa merda, tenho nojo de você e daquela imbecil! Eu te odeio.

Fui pra cima dele socando seu peito enquanto ele tentava me parar, senti um aperto estranho no canto da barriga e ignorei de novo, nenhuma dor era tão grande quanto a no coração.

— Eu te amo tanto, por que você fez isso? — Eu perguntei saindo de perto dele, ele me olhou como se ouvir aquilo tivesse cortado um pedaço dele.

— Eu... eu sei Maju, eu só pensei na merda que tava fazendo quando já tinha feito, quando vi o quanto te machuquei. — o imbecil falou e dei de ombros pegando a última peça do guarda-roupa.

— Agora é tarde demais, acabou, essa semana peço pra alguém do escritório dar entrada no divórcio. — Limpei as lágrimas com a mão enquanto meu cabelo pingava água.

— Não... por favor não... eu te amo, eu posso concertar tudo isso, eu prometo, vamos começar do zero, eu vou mudar. — Ele insistiu e respirei fundo apoiando as mãos no guarda-roupa.

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