- Talvez você só não tenha encontrado o seu amor.

- Será que um dia consigo encontrá-lo sem esforço? - Perguntei.

- Tudo que vem fácil, vai fácil.

- Ah, por que és tão complicado amor? - Perguntei sorrindo.

- Ás vezes falar de amor dá fome. Então pegue...- Entregou-me um pequeno vasilhame. - É outro pedaço de bolo, já que o anterior ficou totalmente em migalhas e não teve a oportunidade de comê-lo.

- Muito Obrigada, Noah...- Peguei-o e abri-lo logo em seguida.- Eu amo bolos de chocolate - Levei o pedaço até a boca - E este está maravilhoso!

- Espera...- passou no meu queixo - Derramou calda.

- O-Obrigada.- Sorrir. - Não q-queria um pedaço?

- Não, não. Já comi. Esse é para você.

- Obrigada.- Sussurrei.

- Mary, aconteceu algo?

- Não. Não aconteceu nada, Noah.- Coloquei a sobra dentro do vasilhame.

- Realmente?

- Foi muito nítido? - Ergui a sobrancelha.

- Sim. Empalideceu e começou a gaguejar repentinamente e pediu para vir para casa do nada.

- Tudo bem, confesso. - Suspirei. -Não sei se certamente está acontecendo algo... Mas Charlotte e Austin estão levando-me a pensar nisso. Ele desapareceu por algumas horas e o vi pela janela da sua casa, entrando rapidamente na minha. Ele não é de desaparecer assim, sem dizer para onde vai e quando retorna. Quando voltei para casa já não o vi mais e Charlotte falava em sussurros ao telefone. Está acontecendo algo, mas eles não dizem. E eu estou atordoada...

- Talvez eles...- Seu falar foi interrompido.

- Maryanne? Está aí? Poderia vir até aqui? Precisamos conversar...

- Charlotte...- Levantei-me em pulo da beirada da janela.

- Desça e esclareça suas dúvidas. Eu irei para casa, caso precise de mim, estarei por lá.

- Está bem, Noah.- Dei-lhe um abraço.- Obrigada por se preocupar comigo. Se eu não estivesse tão contida pela curiosidade e preocupação, ficaria aqui com você conversando até anoitecer sobre assuntos banais. É tão relaxante trocar palavras com você.- Soltei-me de seus braços.- Mas é que eu já não aguento esperar, entende?

- Entendo. É mesmo aguniante.

- Que bom. Agora vnha, te acompanho até a saída.- Puxei-o pelo pulso.

-Devo dizer tudo mesmo, Karla? - Escutava-se a voz de Charlotte ainda do pequeno corredor. Agora ela já falava em alto e bom tom.- Mas eu não sei como ela irá reagir... Sim, já está tudo preparado, não se preocupe. Claro, claro, já disse para ele...- Logo percebeu nossa presença.- Ela chegou, depois retornarei a chamada.- Sussurrou.

- Ah, olá Noah. Como está? - Indagou.

- Estou bem, Charlotte. E você?

- Tenho andado com algumas dores e...- A interrompi.

- Chamou-me para quê, Charlotte?

- Mas Mary...- Ignorou-me e olhou-me com os olhos arregalados.- O que houve com o seu braço? Está tão avermelhado.- O tocou.

- Ai, Charlotte! Ainda está doendo! - Murmurei.

- Ela estava em minha casa, em uma comemoração surpresa que fizeram para mim e acabou tropeçando no pé da minha prima e caindo. Mas não fique preocupada, Charlotte, foi apenas uma inchação. Não teve nenhuma fratura.

- Hoje é seu aniversário, Naoh? - Ele assentiu.- Ora, meus parabéns.- Abraçou-o.

- Obrigado- Logo soltou-se dos braços dela.- Trago para você um pedaço de bolo, mais tarde. Agora eu preciso ir, vejo que precisam conversar, até mais.

- Até mais, Noah. Dou-lhe algo depois, também.- Charlotte acenou. Voltamos a trocar passos até a porta de saída.

- Deixe que eu abro. Não faça muita força.

- Não se preocupe. Faço questão. Até porque foi o braço esquerdo, e eu uso com mais frequência o direito.

- Eu insisto...- Abriu a porta.
Saímos logo em seguida.

- Irá ficar bem, independentemente do que Charlotte disser?

- Eu tentarei não desmoronar.

- Confio em você...- Sorriu.

- Maryanne, Ande logo! Ainda temos que conversar.

- Eu tenho que entrar. Senão, Charlotte não irá nos deixar em paz. Mais tarde nos reencontramos e eu te digo tudo, está bem?

- Então nos vemos mais tarde tarde.- Assentir. Ele rapidamente retirou-se. Entrei em seguida.

- Diga o que é, Charlotte.-
Sentei-me no sofá.

- Quer um chá?

- Não. Eu não suporto chás.
Só quero que fale logo.- Murmurei.- Já que interrompeu-me várias vezes.- Revirei os olhos.

- Tudo bem, Tudo bem...- Ela sentou-se no outro sofá, de frente para mim.- É algo relacionado a Karla e seu pai.

- Meu pai veio a falecer? É isso? - Perguntei.

- Não, não é isso. Pare de dizer tolices, garota! Talvez seja algo que irá... irá mudar tudo.

- Mudar o quê?

- Mudar você, mudar sua vida. Mudar, Maryanne, mudar.

- Então diga! Não me deixe ainda mais ansiosa!

- Não posso dizer agora, devemos aguardar por Austin, ele também está no meio.

Não consigo compreender essa mulher!

- Então por que quis falar comigo sendo que Austin não está aqui? - Ela deu de ombros - Não Espere por ele, diga agora, Charlotte!

- Eu... Eu não posso! - Ela Disse. No mesmo momento a campainha tocou.

- Só pode ser ele! - Sussurrei.

Desventuras De MaryanneWhere stories live. Discover now