Capítulo 67

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— O que escreveu naquele papel? — Kilayra andava rápido, quase corria. Mas Sharl a acompanhava sem muita dificuldade, uma vez que era muito maior que a moça.

— Eu lacrei o envelope por uma boa razão, não acha?

— Claro que é. O que pediu? A fortuna inteira do Rei?

— Esqueça, não contarei.

— Por que insiste em ser tão misterioso? Isso é muito estranho, sabia?

— Já disse, isso não é da sua conta!

— Não gosta de mim, não é mesmo?

— Quanta perspicácia! — ironizou. — Não é que tenha algo contra, é que não suporto pessoas que alimentam um ego maior que elas mesmas. Não me leve a mal — sendo tão sarcástica quanto possível.

— Mas não percebe o quanto sou irresistível?

— Como assim?

— Todos me amam! As mulheres me amam! Acho que são pelas covinhas. Bom, enfim, uma explicação. Lamento que tenhamos que aprender a tolerar um ao outro, pois começaremos uma jornada juntos.

— Juntos? Nossa... Isso será bastante interessante!

— Estando juntos haverá um resultado mais rápido, pelo menos um de nós poderá voltar com a princesa.

— Vai sonhando! — deu de ombros.

A intenção era separar-se do sujeito assim que a jornada começasse. Não iria a lugar algum com aquele idiota lotado de soberba. Não confiava o suficiente nele. E a forma que olha e fala das mulheres... Que nojento!

— Nos divertiremos na viagem, companheiro! Creio que o rei deseje nossa associação. Sabe quem é aquela de cabelo vermelho? Bonita ela, não achou?

Ele parecia ignorar a indignação do interlocutor. Kilayra, por sua vez, sentiu-se invadida por uma ira irracional. Saiu de perto do sujeito que seguia Moade e rumou para o quarto em que passaria as horas antes da partida. Deixou o rapaz gritando do outro lado do corredor e seguiu sem olhar para trás.

— Ei, vai andar sozinho por aí? Irá se perder, companheiro.

— Deixe-me!

— Alguém já te disse como consegue ser chato?

Não lhe dando ouvidos, ela seguia marchando. Entrou no quarto que lhe foi concedido. Conhecia o palácio e sabia exatamente para onde ir. Trancou a porta. Retirou a armadura. Entrou na água preparada para seu banho. Passou alguns momentos ali. Olhava as feridas que conseguiu na disputa daquele dia. Imaginou se tudo aquilo era mesmo necessário. Sentia medo que a amiga morresse por sua culpa. Era ela que deveria estar agora nas garras daquele monstro. Não parava de pensar e estava preocupada com Ritshy. Tudo aquilo por nada! Apenas mais um de seus caprichos. Era mesmo uma garota mimada. Sharl tinha certa razão nisso. Mas não era um capricho, era uma necessidade. Em seu íntimo, tentava avaliar se após todo aquele desastre, Ritshy continuava pensando assim...

A tristeza invadia a alma, como a água cobrindo o seu corpo exausto. Estava só e queria conversar. Será que voltariam com vida daquela jornada? Nunca tinha saído das Terras Aliadas. Mais ainda, nunca estivera tão só. Sem os pais e seus amigos, durante toda a viagem. Mas teria sua prima. Assim que se livrassem do oponente arrogante, poderiam andar rápido, voando as duas no seu cavalo. Precisava que ele não conseguisse trazer a princesa, pois caso contrário, como se livraria daquele casamento estúpido? Existiria um meio de dizer não a ele sem decepcionar mais uma vez o pai que empenhara sua palavra naquele trato? Estando só naquela jornada teria melhores condições de obter sucesso e não estar comprometida com auele casamento? Com isso, estaria livre para encontrar seu amor verdadeiro. Caso contrário não haveria como pôr um fim no encanto de Magda.



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Não apaguei definitivamente os caps, pois não quero perder os comentários e suporte dos amigos. Um grande beijo no coração de todos vocês.

Aquele abraço,

W.F.Endlich

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Aquele Abraço!



A Senhora do Caos - A Viajante e o DragãoWhere stories live. Discover now