Capítulo 52

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Enquanto seguia até a taberna, percebeu a quantidade de pessoas estranhas que estavam na cidade por aqueles dias. Viu um grupo de homens sujos e que andavam em grupo. Deduziu que pelo tamanho e formato de suas cicatrizes, eram piratas. Não se importaria com isso agora, a menos que lhe causassem problemas, mas não pareciam estar dispostos a brigas. Recolhiam informações, pelo que pôde perceber, sobre uma mulher.

Corriam boatos especificamente a respeito de dois inscritos, um que não era novidade para a jovem, o Cavaleiro Negro e o outro era um homem de quem não procurou saber maiores detalhes. Descobriu apenas que não era ela a predileta entre os apostadores. Uma rede clandestina de jogos corria na cidade. A novidade eram os bilhetes que eram comprados com os valores e nomes especulando quem seria o vencedor. Ela faria a sua oferta em nome de Ryan e Ritshy com uma boa quantia em dinheiro. Assim que vencesse o torneio, eles teriam direito ao prêmio. Todos que estavam no local arriscavam seus palpites no tal forasteiro. De qual cidade ele era mesmo? Não conseguiu ouvir e nem tentou descobrir. Mal conteve o sorriso, quando foi até o balcão e jogou a bolsa de moedas de ouro e prata.

— Em nome de quem devo eu anotar essa generosa quantia?

— Em nome de Reiter, Ryan Reiter.

— E por que motivo o senhor Reiter não veio fazer suas próprias apostas?

— E por que motivos o "Senhor Apostador" não faz o serviço dele e me deixa em paz com os meus assuntos?

— Aqui está o seu comprovante. Saia logo daqui! Não é lugar para moleques de recado.

Teve o impulso de socar a cara do sujeito, mas não deveria levantar suspeitas a respeito de suas habilidades, limitou-se a respirar, abaixar a cabeça e pegar o papel. Agradeceu pelo seu tamanho e pelos cabelos presos, assim, foi confundida com um garoto. Não lhe seria favorável ter o seu gênero descoberto naquelas circunstâncias, nem naquele local. A noite estava mais bela que de costume, andou pelas ruas, já desertas, de volta ao palácio. Queria respirar ar puro. Esvaziar seus pulmões da neblina de fumaça que emanava dos cachimbos e cigarros dos homens do Baccardium.

As jogatinas de lá eram famosas, por serem honradas a rigor. Gostaria de dar aos amigos um presente em dinheiro que não levantasse suspeitas do guardião do cofre do castelo. Odiaria explicar ao pai sobre o motivo que precisaria do dinheiro. Mas queria muito ajudar aos amigos. Pegou as economias que guardou e seguiu com o planejado. Assim, daria ao casal dinheiro suficiente para que recuperassem a casa que pertenceu à sua família e foi perdida quando os pais de Ryan morreram. Pensava na quantidade de dinheiro que levantaria tendo apostado no Cavaleiro que não contava com as melhores chances, nem com uma quantia interessante de apostadores a seu favor. Ganharia o torneio e além do título, faria um bom dinheiro. Caminhava sem pressa. Viu um homem enorme indo na direção das bebidas, mulheres e jogos oferecidos no estabelecimento de origem duvidosa e diversão certa. O rapaz tinha quase dois metros. Estava escuro o suficiente para não ver detalhes de seu rosto e claro o bastante para notar que exibia uma beleza extraordinária. Observaram-se de soslaio e continuaram seus trajetos em direções opostas.

Definia em sua mente tudo que teria que passar e como poderia retirar a palavra dada ao pai que escolheria em breve seu noivo, sem comprometer os destinos de suas amigas. Moade e Ritshy precisariam que ela se casasse. Uma para ter sua liberdade e a outra para ter sua vida de volta. Uma sob qualquer circunstância e outra com votos de amor verdadeiro. Como conciliar os requisitos? Como administrar e honrar com tantas promessas assumidas antes de partir do palácio. E ainda havia a liberdade de seu mestre, Jimmy. Mas sentia em seu coração, que se ganhasse aquela disputa, tudo se resolveria, num passe de mágica. Uma vez que tivesse mesmo que se casar depois do torneio, ela haveria de se empenhar para descobrir a pessoa certa, seu amor verdadeiro. Tudo o que precisava era estar apaixonada pelo seu escolhido e tudo estaria à contento.

O estalido da fogueira dava trilha sonora ao brilho estático e descomunal das luas que antecedia o alinhamento, dando a impressão nítida de raiar do dia. Mas estando ainda na metade do céu, indicava duas coisas: que o dia ainda tardaria algumas horas e que ela precisava dormir logo. Seus olhos se recusavam a fechar. Estava fora do palácio há algumas semanas. Jamais imaginou que seria fácil. Não foi.



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Mas e aí, estão preparados? Estamos a poucas horas do tão esperado evento!

Sentem em seus lugares e assistam ao show!!!!

Aquele abraço

W.F.E




A Senhora do Caos - A Viajante e o DragãoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon