O beijo

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Point of view: Evan

Acordo com uma ligação de Bill, me sento na cama e olho para o relógio de meu celular, ele marcava 6:30 e o atendo ainda com a voz de sono.

— Desculpa ter te acordado, mas é que eu recebi uma notícia do Brian e estou muito animado para te contar — sua voz era animadora, ele claramente está acordado a muito tempo.

— Oi querido, me conta aí o que ele disse — me levanto para tomar meu café, já que hoje tem escola.

— O Brian nos contou hoje que nós temos uma entrevista marcada para amanhã — consigo sentir o seu sorriso de ponta a ponta — E você vai aparecer pela primeira vez!

— Aí meu Deus — largo a jarra de suco na mesa — Eu acho que não estou preparado para isso não, Bibo.

— Mais é claro que você está e se não estiver vai ter que ficar, porque nós iremos tocar Mosoon.

— Ah, eu vou fugir, aí eu quero ver quem vai me pegar — digo com ironia.

— Eu vou te buscar seja lá onde você estiver — escuto o som de uma porta sendo aberta — E aí Tomtom, você quer falar com o Evan? — Bill cumprimenta seu irmão — Oi Evan, animado para tocar guitarra junto comigo?

— Eu estou é nervoso. Cara, e se eu errar? — pergunto com medo.

— Não vai, não, você é foda cara — Tom tenta me acalmar — Na escola a gente conversa mais sobre isso.

— Tudo bem, tchau gente, até daqui a pouco — faço sons de beijos com a boca e os garotos correspondem fazendo o mesmo.

Término de tomar o meu café e vou me arrumar, defino os meus cachos ruivos e começo a procura de uma roupa para o meu dia. Hoje não foi complicado decidir a roupa que iria usar, pego de meu armário uma blusa estampada com o meu RPG favorito (Dungeons & Dragons) escolho uma calça sino preta e nela coloco correntes para infetá-la, decido colocar em meus pés uma bota preta de cano alto.

Já totalmente pronto dou um beijo na testa de meus pais e saio em direção ao meu ônibus escolar. Não demora muito, já estou na frente da escola, entro em minha sala de costume e me sento atrás das cadeiras de Bill e Tom. O professor de química resolveu passar uma prova surpresa em dupla, o Tom deixou com que eu e Bill fizéssemos juntos, ele se sentou com um garoto dos cabelos azuis e sardinhas nas pontas do ombro. A prova seria muito mais difícil se eu não estivesse com Bill.

— Ruivinho eu não estou entendendo nada sobre esse tal de balanceamento — Bill se debruça na mesa após termos feitos metade da prova.

— Tudo bem eu faço essa parte, isso eu aprendi — digo com confiança.

Enquanto fazíamos a prova nos provocávamos discretamente. Às vezes eu me sinto como se estivesse em um livro medieval em que o príncipe herdeiro e o camponês se amam, mas não podem consumir deste amor publicamente, então eles flertam discretamente em uma livraria. Isso é muito melancólico e ao mesmo tempo muito bonito. Em alguns momentos nossos dedos mindinhos se entrelaçam, trocamos olhares apaixonados até o final da aula. Acabei reparando que Heinrich nos encarava, isso me deixa um pouco incomodado, mas resolvo apenas ignorá-lo.

— Bibo você percebeu que o Heinrich está nos encarando? — pergunto receoso.

— Credo — Bill se vira para trás discretamente — talvez ele esteja com ciúmes — rimos de sua fala.

A aula seguinte foi de biologia, em modéstia parte eu sou muito bom nesta matéria pois sou apaixonado pelo conteúdo dela. Durante a aula em que eu prestava total atenção, observo Bill sair da sala, depois de 5 minutos Heinrich também sai. Tenho um pouco de medo do Heinrich, mas acho que o Bill está seguro. Se estivesse em minha escola na Inglaterra eu estaria com medo pois só eu sei o que já passei nos corredores enquanto caminhava para ir ao banheiro ou beber água. Mas como por aqui nunca aconteceu algo do tipo, resolvi me acalmar e prestar atenção em meu celular, caso Bill precisasse de alguma ajuda.

The pain of loveWhere stories live. Discover now