The pain of love

A minha marca

Point of view: Evan

Hoje é dia de gravar Don't jump e eu estou muito animado, não vejo a hora de ver o videoclipe pronto. Quando ouvi a música já finalizada em nosso álbum quase chorei, então imagina só quando ver o videoclipe. Sei que ele será bem forte e significativo. É realizador saber que uma música que apenas escrevi durante os momentos difíceis de minha vida, agora está se tornando famosa e sendo cada vez mais amada.

Após um banho muito bem tomado, saio do banheiro e vou direto escolher uma roupa. Esses dias a Alemanha está muito fria, então resolvo colocar uma blusa de manga comprida branca, por cima um sobretudo preto e uma calça jeans preta, coloco também uma bota de cano alto estilo gótico e completo com algumas corretes em meu pescoço e cintura.

Já arrumado me sento na mesa de minha cozinha e preparo um chá com torradas. Enquanto estou comendo observo meus pais se juntarem a mim no café da manhã, passamos esse momento conversando sobre a nossa família e planejando algumas coisas para fazermos no final de semana. Assim que termino de comer ouço a buzina do ônibus da banda, então me levanto rapidamente.

— Tchau mãe, tchau pai. Amo você dois — pego minha mochila e vou até a porta — Lembrem-se que hoje eu não vou dormir aqui.

— Tchau querido, toma cuidado — mamãe diz sorridente.

— Tchau meu filho, tenha um bom trabalho — papai diz orgulhoso.

No momento meus pais andam muito orgulhosos de mim, eles ficam muito felizes quando mostro os resultados de nosso trabalho. Eles parecem estar tentando recompensar os momentos perdidos, o que é bom já que por mais que eu não demostre muito, sinto muitas saudades de viver com eles todos os dias e conversar sobre qualquer coisa. É legal ter os pais presentes, coisa que eu nunca tive muito durante a minha vida.

Entro no ônibus e encontros os garotos sentados em suas poltronas, Tom ao lado de Gustav e Georg ao lado de Bill, me sento então em uma poltrona de frente para os meninos. Brian também está sentado no fundo do ônibus enfiado em seu notebook apoiado em uma mesa, ele está tão focado com o seu trabalho que nem liga para a minha chegada.

— Oi gente quase linda, como vocês estão — digo me arrumando em minha poltrona.

— Estamos ótimos, e você quase bonito Evan Müller? — Gustav diz sarcástico.

— Eu estou bem, também — me debruço na mesa roubando uma batata frita que Bill comia e o garoto me lança um olhar ameaçador — Ei, não pode negar comida para o seu namorado — o moreno cerra os olhos.

— Eu nego comida até para a minha mãe! Bill não divide comida — Bill diz protegendo suas batatas com os braços. Fazendo todos gargalharem — Alias, você tem que fazer a minha maquiagem! — o garoto ordena sem nem me dar escolhas.

— Por que eu? — digo indignado com a ordem — Você vai usar algum tipo de delineado que eu precise fazer?

— Não, vou fazer a maquiagem simples mesmo. Mas eu quero que você faça para mim — o moreno come mais uma batata — Porque eu vou fazer o meu cabelo e enquanto isso você faz a minha maquiagem. Eu sei que você me ama e não vai dizer não para o seu tão amado namorado, vai? — Bill faz cara de cachorro pidão, tentando me convencer — Eu vou estar tão cansado depois de fazer o meu cabelo, sabe.

— Está bem, eu vou fazer a sua maquiagem — reviro os olhos — Mas me conta uma coisa, você não tem uma maquiadora?

— Tenho, só que eu gosto de quando você faz a minha maquiagem.

O caminho demorou um pouco já que vamos gravar o videoclipe em Berlim e o trânsito não ajudou muito, mas ficamos o tempo todo conversando e brincando. Fizemos até um Karaokê com todos, eu cantei "killer queen" do queen, Bill cantou "toxic" da Britney Spears, Tom tentou cantar What is love, mas ele misturou inglês com alemão. Esse foi o motivo de nossas crises de riso mais sincera que já tivemos. Gustav cantou e dançou "Beat it" do Michael Jackson e Georg cantou "Another Brick In The Wall" do Pink Floyd.