030. 𝑾𝒉𝒆𝒓𝒆 𝑫𝒊𝒅 𝒀𝒐𝒖 𝑺𝒍𝒆𝒆𝒑 𝑳𝒂𝒔𝒕 𝑵𝒊𝒈𝒉𝒕?

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CEMITÉRIOS SÃO ENGRAÇADOS

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CEMITÉRIOS SÃO ENGRAÇADOS. Quantas histórias, sentimentos e vidas foram enterradas ali sem aviso prévio, consideração ou uma tentativa de mudança.

Afinal, não há nada para mudar. Nascemos para morrer e morremos para renascer novamente. Era isso o que Michael Evans iria fazer, seja lá onde estivesse naquele momento.

Diana temia que comparecer a funerais fosse normalizado por sua família, mas quem a garota queria enganar? Isso já havia acontecido.

Primeiro Amélia, depois Tommy e agora Michael. Quem seria o próximo a ter seus sonhos destruídos, suas ambições perdidas e sua vida acabada?

A loira chorava como se uma parte de seu corpo tivesse sido arrancada, pois era assim que ela estava se sentindo. Era assim que Gregory e David se sentiam. Os filhos não deveriam perder os pais, isso estava errado, muito errado.

Mesmo tendo o apoio de Jhonny Lawrence — que permaneceu ao lado dos três jovens o tempo todo — e também de Samuel, Tory e Bert, que vieram prestar sua solidariedade para a melhor amiga, a garota Evans se sentia sozinha.

Um buraco havia sido cavado tanto no chão daquele cemitério medonho quando no coração de Diana. A sensação era angustiante, gritante e enfurecedora.

Por que algo assim havia acontecido com Michael? Por que a ambulância não chegou a tempo? Por que existem pessoas tão ruins no mundo? Por que...

As mãos da moça tremiam apesar de ser um dia ensolarado, alguns fios loiros estavam grudados no rosto molhado de Diana, os lábios estavam roxos e o olhar estava perdido.

Evans sentiu um toque em seu ombro, e sem usar a lógica pensou que fosse seu pai, por isso, se virou rapidamente. 

— Vamos para casa, pirralha. — Jhonny estava com os olhos vermelhos e não se preocupou em disfarçar.

— Tudo bem. — a loira assentiu e seguiu o mais velho.

— Eu sinto muito. — Lawrence parou de andar de repente e se virou para a garota de olhos aguados e a abraçou.

Chorando contra o ombro um do outro, Diana e Jhonny permaneceram ali por alguns minutos até sentirem as forças retornarem para seus corpos, ao menos, parte dela.

O silêncio reinou no carro de Lawrence. Gregory chorava baixinho sem querer incomodar, David se fazia de forte, mas todos sabiam que mesmo com todos os erros de Mike, o rapaz o amava.

E assim, perdidos e com o coração estilhaçado, todos seguiram para a residência dos Evans, só que dessa vez, sem Michael.

[...]

Duas semanas haviam se passado. O tempo corria de forma torturante. Mais um dia, menos um dia. Diana pensava nisso com certa frequência.

Era insuportável olhar para cada canto daquela casa e não lembrar de todas as histórias, conversas e piadas de Michael. Era difícil aguentar a saudade e pior ainda aceitar que ele não estava fazendo um simples plantão no hospital — como costumava fazer — e sim, morrido.

 𝐑𝐔𝐍𝐀𝐖𝐀𝐘    ̶  ̶  cobra kaiWhere stories live. Discover now