Imagine girls - 2

Alessandra Negrini

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— Nós não podemos continuar com isso - falou de repente, fugindo do meu toque.

A mulher se afastou, me olhando como se eu fosse um monstro, aquilo estava me quebrando lentamente. Não que ela estivesse errada, afinal.

— Você pode acabar com isso - respondi, a morena me olhou confusa, parecendo surpresa pela minha resposta.

— Como? - perguntou exitante.

— Me manda sumir - meu sussurro saiu alto o suficiente para ela escutar, Alessandra balançou a cabeça, como quem dizia que não concordava com aquela solução - me diga que é isso o que quer e eu sumo, você nunca mais vai precisar me ver.

O silêncio entre nós era insudercedor, Alessandra abaixou a cabeça, evitando olhar pra mim.

E como ela pode?

Eu sabia qual era meu lugar, e não era ao seu lado, não quando ela já tinha alguém ocupando o lugar ao seu lado, e não era alguém ruim, era como ela disse, um homem bom.

Não poderia estragar isso, fui estúpida por ter deixado isso continuar, mas tudo bem, já estar pra acabar.

— É isso que quer? - murmurou na baixinho, me olhando com pesar nos olhos.

— Eu quero você - respondi, me aproximando lentamente dela, mas evitando toca-lá.

— Nós não podemos... Eu não posso - ela deu a sentença final, e a única coisa que eu podia fazer era aceitar.

— Eu sei - falei, soltando um suspiro e tentando evitar as lágrimas que já fazia meus olhos arderem - vamos ficar bem.

De repente tudo que veio pela minha cabeça foi os momentos que passamos juntas.

O dia em que nos conhecemos, que foi uma verdadeira bagunça, mas foi a melhor bagunça que eu já presenciei e repitiria quantas vezes fosse necessária.

A noite em que fomos assistir ao jogo do seu time favorito, e como eu a ensinei a gritar com os jogadores do campo, foi engraçado, a nossa despedida meio acanhada, não sabíamos o que estava acontecendo com a gente, mas não paramos também.

O nosso beijo de alguns dias atrás, porra, esperei tanto por isso e foi mil vezes melhor do que minha imaginação.

Mas a realidade era outra, ela já tinha um marido, não podíamos fazer isso com ele.

Me aproximei dela, a abraçando pela última vez e deixando um beijo na sua bochecha.

— Não esquece de mim - supliquei no seu ouvido, minha mão acariciando sua nuca e aproveitando nosso último contato.

— Eu não vou me lembrar de mais nada.

As palavras tinham um peso enorme, e elas faziam meu coração vibrar, mas não posso deixar isso acontecer.

Nossos corpos se separaram lentamente, mas não consegui olhar nos seus olhos antes de sair, não poderia.

Ela não era minha.

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Tô sem supervisão hoje, vocês que lutem.

*Sem revisão*