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"MAS O QUE ELA ESTÁ FAZENDO aqui?!" foram as palavras silenciosas de Hiero assim que viu Jemima tirando os calçados na porta de entrada ao lado de Dahlia. Ele comunicava-se apenas com os olhos, alternando-os entre mim e a garota, enquanto arqueava levemente as sobrancelhas. Respondi-lhe com um sorriso de pânico, o qual mais parecia uma careta, e sinalizei-lhe a cozinha com o olhar. Captando minha deixa, o rapaz correu para o cômodo antes que elas o vissem.

Enquanto mamãe fazia as honras da casa, usei a desculpa de colocar os refrigerantes para gelar e fui encontrar-me com ele. Então, tomei-o pelo braço e o puxei para a dispensa.

— Peraí, não era só a Dahlia? — ele sussurrou num tom alarmado. — O que aconteceu?

Argh... Acabou sendo desse jeito. — suspirei, deixando meus braços baterem em meus lados dramaticamente. — E agora não sei o que fazer... engolimos uma torta de climão o caminho todo até aqui. Até falar com a Karina foi mais fácil! — gemi.

Com um sorriso compreensivo, Hiero enlaçou-me pelos ombros. Recostei minha cabeça em seu peito e ouvi o forte tamborilar das batidas do seu coração. Envolvi seu tronco cálido por dentro do seu casaco, sentindo como se todos os íons negativos estivessem saindo de mim com aquela alta dose de conforto.

— E como foi a visita? — perguntou, balançando-nos levemente de lá pra cá.

— Horrível. — Minha voz saiu abafada no tecido do seu quispo. — Péssimo mesmo, mas... um pouquinho melhor do que eu esperava.

— Estive aqui o tempo inteiro preocupado e torcendo por você. Quem sabe agora também não vá ser um pouco melhor do que esperamos...? — Era agradavelmente estranho ouvir sua voz ressoando dentro de sua caixa torácica.

— Obrigada... Você é um doce, sabia? — Levantei a cabeça e apoiei o queixo em seu peito, algo que o fez rir. Fitei seus lábios intensamente, e percebi que fazia o mesmo comigo.

— É melhor a gente ir, podem dar a nossa falta... — Ele sugeriu em meio a uma respiração mais profunda, sem desviar os olhos dos contornos da minha boca a poucos centímetros da sua.

Contudo, nenhum de nós tinha força de vontade o suficiente para sairmos daquele feitiço – até que ouvimos barulhos de gente na cozinha e nos separamos na velocidade de um raio.

— Achei! — Hiero exclamou alto, enquanto apanhava a primeira coisa que viu pela frente em uma prateleira qualquer. — B-bem que eu te falei, Bea, que o... molho S-sri... Sriracha (??) estava aqui em algum lugar...!

O que diabos é um molho Sriracha?!

Saímos da dispensa com risos suspeitos e encaramos minhas duas amigas no meio da cozinha. Dahlia sorria, sacando tudo; já Jemima tinha cara de quem chupou limão.

— Eu adooooro molho Sriracha, é o meu favorito para comer com... p-pão e geléia. Ha ha ha. Obrigada, Hiero! — Peguei o vidro vermelho da mão do rapaz igualmente vermelho num entusiasmo pra lá de forçado.

Segredos dele, Mentiras delaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora