𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒
─ ᴍɪᴋᴇʏ (ᴍᴀɴᴊɪʀᴏ sᴀɴᴏ)
Uma mercenária que há anos vem tendo sua vida repleta por sangue, suas mãos eram sujas pelo líquido vermelho das pessoas que matava. Ela queria fugir disso, queria se livrar desse fardo que há anos carrega sobr...
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Pov's Yumi Sukehiro
Qual é a desses caras de me jogarem contra a cama quando estão com raiva? Ao entrarmos no quarto, Ran me jogou na cama, com muita delicadeza, e trancou a porta me fazendo ver que seus ombros estavam rígidos.
Ele tá puto. Ran estava com muita raiva, o que era bem raro de ser ver ou presenciar, mas, também era compreensível sua raiva por mim. Eu menti, machuquei seus sentimentos.
Eu merecia sua raiva.
– Então foi por isso que você terminou comigo? Você quis servir Kisaki, e continuar com seu trabalho de mercenária? – Ran questionou, se virando lentamente para mim.
Ficamos presos em um contato visual que fez, com que, até os pelos inexistentes de meu corpo se arrepiassem.
Não posso julgá-lo. Eu entendo o que ele está sentindo, Ran está certo em sentir raiva de mim. Até eu me odeio por tê-lo machucado. Posso estar demonstrando fraqueza diante o Haitani, mas, ele foi meu primeiro tudo.
Primeiro amor. Primeiro sexo com meu consentimento. Primeiro garoto com quem pude me entregar de fato, sem ser obrigada. Ele foi a primeira pessoa pelo qual pude demonstrar fraqueza.
– Ran, não foi por isso, e-eu... E-eu tava...
– Você deixou tudo que tivemos para trás, só para fazer as merdas que Kisaki mandava?! – se aproximou de mim, agarrando meus braços.
Estava sentada sobre a ponta da cama, meus braços foram balançados por ele que elevava cada vez mais seu tom vocal. Não sabia o que fazer, falar ou reagir.
– N-não...
– Gaguejar só me faz confirmar a hipótese de você nunca ter me amado. De que tudo que disse pra mim era mentira! – ele gritou, me interrompendo. Seus olhos estavam trêmulos, a cada palavra que saía de sua boca era como se despejasse o que estava preso em sua garganta por anos.
– Eu não menti para você! – exclamei com raiva. – Tive que terminar o que tínhamos, por que estava sendo ameaçada, não foi por causa de meu trabalho com Kisaki. Me chame do que quiser, mas eu fiz isso por que não queria que você ou Rindou fossem mortos.
Minhas costas bateram contra o colchão após Ran me empurrar novamente e ficar sobre mim. Apoiou seu corpo com apenas um braço que ficou ao lado de minha cabeça, seu joelho direito ficou entre minhas pernas lhe dando mais equilíbrio.
Os olhos roxos se encontraram com os meus, por mais que não exista mais amor entre nós, havia uma pequena paixão consumindo nosso corpo e mente. Estávamos precisando conversar, pôr a limpo o que era necessário.
– Quem estava te ameaçando? Quem era o desgraçado?
– Isso não importa mais! Já faz anos, você só precisa saber que eu realmente o amei, por mais que isso acabe me considerando uma mercenária fraca. – retruquei tentando me manter sem expressão, o que de fato era o meu habitual. Não queria fazê-lo ver que estava ficando pior do que antes. – Escolher entre deixar você ou vê-lo morto, foi difícil.
