𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒
─ ᴍɪᴋᴇʏ (ᴍᴀɴᴊɪʀᴏ sᴀɴᴏ)
Uma mercenária que há anos vem tendo sua vida repleta por sangue, suas mãos eram sujas pelo líquido vermelho das pessoas que matava. Ela queria fugir disso, queria se livrar desse fardo que há anos carrega sobr...
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Pov's Yumi Sukehiro
Sentindo Ran se distanciar de mim, olhei para o mais velho de forma confusa o vendo dar de ombros com um mínimo sorriso no rosto, ele me cobriu com o lençol da cama antes de pegar sua blusa do chão.
— Haitani, me deixa a sós com ela. — Mikey disse calmo, me olhando de soslaio. — Quero conversar com Yumi.
— Mas, eu não quero conversar com você! — exclamei deixando um suspiro escapar. Agora eu só queria dormir. — Mikey, podemos conversar amanhã?
— Se depender da minha irmã, nem vivo vou estar depois que sair daqui. — puxando os cabelos pra trás, ele retrucou cansado.
Era estranho vê-lo dessa forma, Mikey parecia acabado, a exaustão era bem visível. Seu rosto, além de marcado pelo tapa, estava com alguns arranhões. Como ele vestia uma regata preta, era visível ver que seus braços estavam machucados.
Emma fez isso?
— Nos vemos outro dia, pirralha. — Ran beijou minha testa e bagunçou de leve meus cabelos.
Ele deu um curto toque no ombro de Mikey antes de passar pela porta, ele tentou fechá-la, porém, o trinco estava completamente quebrado pela força que o Sano deve ter colocado ao arrombar.
Joguei meu corpo para trás, afundando-o sobre o colchão duro da cama hospitalar. Fechei os olhos com força tentando evitar contato visual com o mais velho, que andou pelo cômodo me fazendo ouvir seus passos arrastados.
— Como se sente, Yumi? — ele perguntou de repente, chamando minha atenção.
— Mentalmente ou fisicamente? — indaguei, ainda de olhos fechados.
— Os dois.
— Mentalmente, um lixo. Fisicamente, tô razoável. — respondi dando de ombros.
— É, somos dois, então.
Estranhando seu tom vocal, olhei em sua direção vendo-o apoiado na janela do quarto, seus olhos estavam fixos em algum ponto na rua. Como a janela estava aberta, o vento que batia no rosto de Mikey fazia seus cabelos se movimentarem de forma rebelde.
Pela primeira vez eu não enxergava aquele Mikey do dia a dia, que era um homem grosso e prepotente, mas agora, nesse momento, eu via um Mikey solitário e perdido.
— Você não vai pular dessa janela, né? — questionei me levantando da cama.
— Tsc. Eu não posso. — respondeu rindo em escárnio.
— Por que não? Você é livre, faz o que quiser. — retruquei vestindo um blusão que estava dentro da bolsa.
Percebi que Mikey havia conseguido fechar a porta, ele encostou uma poltrona impedindo-a que se abrisse sozinha.
