ʏᴀᴋᴜᴢᴀ - ᴄᴀᴘɪᴛ 26

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𝐃𝐚𝐦𝐨𝐧

Meu dói o coração ver ela assim, ela está destruída, ela está se sentindo péssima e eu não posso fazer nada quanto a isso, não por enquanto, já que se eu movimentar uma peça eu perco o cargo, mas eu não vou deixar isso barato, ainda temos uma semana e meia até a reunião, esse desgraçado que fodeu minha mulher não vai sair ileso nunca, nem por cima do meu cadáver.

Eu tinha conseguido fazer ela se acalmar e ela cochilou sobre o meu corpo no sofá do seu escritório. Alanna abriu a porta com delicadeza e pela brecha viu Maya deitada comigo, franziu o cenho e entrou.

- Você tá achando que é quem?? Deitado com a Maya??- Ela gritou baixo indignada com aquilo.

Coloquei o dedo indicador sobre o meu lábios e pedi silêncio, apontei para o envelope na mesa. Ela olhou de relance e entrou, fechou a porta com cuidado e foi andando até lá.

Assim que ela leu sua expressão mudou, ela me olhou como se aquilo fosse o fim da linha, seus olhos estavam cheios de lágrimas, segurei o corpo da Maya e me levantei, mas a deitei de volta, tirei o blazer do meu paletó e cobri ela.

Segurei o braço de Alanna bem fraco e puxei ela para fora da sala, ela me olhava desolada como se sentisse a dor da Maya.

- Porra esse cara tinha que voltar.- Ela amassou o papel extremamente nervosa e eu tirei da mão dela com cuidado.

- Me explica quem é esse cara Alanna.- Pedi para ela ajeitando o envelope.- Eu não sei quem é ele, não sei o nome, só sei que é da Yakuza, mas essa máfia já mudou de chefe quatro vezes em um ano.

Eu em hipótese alguma contaria algo que Maya me contou em situação de desespero, eu descobriria mais sem afetar ela.

- Luke Gusman, o terrorista mais procurado pelo Japão, se instalou por lá após fugir da Alemanha. A história entre eles eu não sei, mas a dor que esse desgraçado deixou marcado na alma dela me afetou o suficiente para eu entender pelo menos o básico. Eu nunca tiraria o direito dela de te contar, por isso acho melhor você esperar ela mesma fazer isso.

Luke Gusman, o nome do meu maior alvo, da pessoa que terá o nome gravado na bala que atravessará sua cabeça, ele está brincando de roleta russa sozinho.

- Terrorista?? Qualquer um vira isso com uma granada na mão, principalmente à mando da Morte.- Se ele é o pior, eu posso ser mais ainda, agora eu entrei em um jogo onde eu só vou sair se um de nós dois morrermos e assim será até o fim.

- O Capo deu esse cargo à ele faz anos, mas ele reivindicou algumas vezes, não sei o motivo. Se descobrirmos isso, talvez consigamos derrubar esse desgraçado.

- Ótimo Alanna, a partir de hoje nós somos aliados para um único fim...- Estendi minha mão em sua direção e ela apertou, segurou beijou minha mão e eu beijei a sua de volta, esse é o nosso selo.- Vamos derrubar esse filho da puta.

- É óbvio que vamos Montinelli.- Ela sorriu diabólica, mas eu ainda conseguia ver seus olhos marejados, era nítida toda a dor que ele causou e ainda causa na minha Maya.- Não deixe-a saber disso, ela já tem problemas o suficiente.

- Entre em todo dispositivo que puder, faça o que sabe fazer de melhor Alanna, mas deixe o final para mim.- Me afastei dela e entrei no elevador, desci até o galpão de armas dela, apertei o botão "SA".

Assim que cheguei lá me sentei em uma das cadeiras e peguei uma chave, com o ódio que eu estava eu não precisava de mais nada.

L.

A primeira letra gravada na bala da minha arma.

U.

A única pessoa que teve seu nome entalhado.

𝐏𝐔𝐗𝐄 𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎 - por Azzi (reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora