ᴘᴀssᴀᴅᴏ - ᴄᴀᴘᴛ 8

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𝐃𝐚𝐦𝐨𝐧

Aquelas provocações, viraram uma chave em minha cabeça, viraram um novo fuso, um novo pensamento e se acham que mudou para melhor, sinto muito, mudou para bem pior, eu estou farto de tamanhas insolências vindas do outro lado.

Sobre tudo, sinto que tem muito mais vindo por aí. Muito mais.

Dei a ordem para que levassem o pacote para o local marcado, pedi para que deixassem exatamente como mandei, apenas a caixa no meio da rua, saberiam o que era e se era. Aquela rua não é nada movimentada, nosso país é extremamente perigoso por todos os lados, a cada canto que você anda tem um traficante ou dois, mafiosos e assassinos de aluguel, mas essa rua em específico, não se vê ninguém, absolutamente nenhuma alma viva a não ser aqueles abutres que trabalham com os "tiras", melhor dizendo, com a polícia Internacional.

Nós mafiosos somos caçados a muito tempo, cada um limpa sua ficha como pode, alguns somem do mapa, alguns fingem ser quem não são e outros apenas vivem como se nada tivesse acontecido, apenas vivem esperando aqueles otários, ou se tornam espectros. Para sumir do mapa não é nada fácil, teria que hackear o sistema de todos os seus arquivos, desde o hospital com seu primeiro registro, até a última compra de mercado que você fez.

Estavam levando o presente. Pedi para que ficassem de olho caso dessem um deslize, que ficassem nos edifícios e não perderem aquele carro de vista, eles poderiam nos levar para o covil. Difícil, mas não custa colocar mais essa peça em jogo. Meu pai foi ausente na minha vida, mas minha mãe me ensinou que provocação se dá o troco atravéz de outra provocação, ainda melhor, para que quem fez a primeira jogada perder a linha e cometer o primeiro deslize.

Devo dizer que a convivência com minha mãe era conturbada, era um pressão gigantesca, das mais diversas formas.

– Vamos Damon, mostre para que veio ao mundo, quer se tornar um filho da puta como seu pai?? – assinto com a cabeça, rezando para que ela não continuasse- Você não quer se tornar o fodão, então mostre para que veio, seja HOMEM. -disse ela quase que em um grito, tudo que ela dizia, tudo que ela fazia, estava me matando aos poucos.

Meu pai morreu, morreu há quase 5 anos, morreu em um tiroteio, por um descuido que teve ao salvar minha mãe de um sequestro, que foi pega saindo da cabeleireiro, estava se arrumando para o casamento, iria se casar com ele, iria ter um futuro ao seu lado, mas foi arruinado por uma briga por poder, dinheiro e locais. Sequestraram minha mãe sabendo que ela era o ponto fraco dele, ela era o seu ponto mais sensível, ela era o seu amor. A torturaram, espancaram e a fizeram de escrava por quase 2 semanas, eles desapareceram e nem com os hackers mais fodões da época conseguiram à encontrar, mas ele não desistiu e por uma lembrança que ele teve ao ver um símbolo de um restaurante famoso que foi fechado a quase 50 anos, que estava gravado em uma porta enorme de ferro que aparecia em um dos vídeos que ele recebeu como provocação, onde batiam em minha mãe como uma boneca de pano ao injetarem sedativo nela, não ao ponto de ela estar desacordada, apenas "maleável". Ao encontrar ela quase morta com todos aqueles machucados e roxos pelo corpo, a menos de 10 centímetros de distância dela foram escutados cerca de 12 tiros em sua direção, sem uma forma de se render ou pedir seus últimos 5 minutos ao lado de sua amada, foi morto.

O que eu precisava fazer agora era matar um dos caras que atiraram em meu pai, a arma estava em minha mão, o gatilho estava por 1 centímetro de não ser acionado, mas o medo me consumiu, eu nunca tinha feito aquilo, o ódio ainda não consumia meus sentimentos, mas aquilo era necessário para o meu amadurecimento, aquela era a primeira quantia de pólvora que iria queimar em meu nome e o sangue que escorreria seria o primeiro por vingança, primeiro dos muitos que terei que derrubar.

𝐏𝐔𝐗𝐄 𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎 - por Azzi (reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora