ᴄɪᴄᴀᴛʀɪᴢᴇs - ᴄᴀᴘɪᴛ 24

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𝐃𝐚𝐦𝐨𝐧

Eu passei algumas horas observando ela dormir, podia dizer que aquilo era meu calmante, a resolução dos meus problemas estava sendo escutar sua respiração enquanto olhava fixamente para seu rosto calmo e sereno pela primeira vez em quase 2 meses de parceria, o sono foi me atingindo aos poucos, depositei um selinho em sua testa e dormi com a cabeça entre os fios de seu cabelo, que estavam extremamente cheirosos e macios.

(...)

Senti um impulso forte em cima do meu corpo, respirei fundo e abri os olhos devagar, ainda com a vista turva vi Maya sentada no sofá perto dos meus pés, pisquei algumas vezes buscando visão nítida. Ela estava tremendo de uma forma absurda, suas mãos estavam tampando seus ouvidos, sua perna dobrada junta à seu corpo, completamente encolhida, parecia tentar se proteger.

- Maya, oq aconteceu??- Me levantei bruscamente e me aproximei dela, toquei seu ombro para que ela soubesse que eu estava perto dela, seus olhos abriram assustados, coloquei minha mãos sobre as suas e tirei elas de seu ouvido trazendo até mim.- O que aconteceu meu amor??- Perguntei calmo, mas por dentro eu estou extremamente preocupado, ela parece estar em uma crise de pânico. Abriu a boca diversas vezes para tentar falar, mas não conseguiu, as lágrimas em seus olhos começaram a cair.

Segurei seu rosto com delicadeza e devagar trouxe até mim.

- minha cerejinha, sou eu, o Damon, Damon Montinelli, tá tudo bem!! Eu nunda tocarei em um fio de cabelo seu sem que isso seja do seu agrado...- Afastei os fios de cabelo rebeldes de seu rosto e coloquei atrás da sua orelha.- Então por favor meu amor, deixa eu te ajudar.- Ela ainda estava assustada, mas assentiu rapidamente me dando a liberdade de ajudá-la.- Tudo bem então, respira comigo, ok?? Eu vou puxar o ar e você puxa comigo tá bom??- Ela concordou novamente e fizemos isso umas 5 vezes, todas com pausas de 10 segundos entre cada respiração para que o coração dela regulasse as batidas. Seu rosto ainda estava molhado por conta das lágrimas, passei meu polegar por elas e ela me olhou agradecida.

- Me desculpa, eu realmente não queria que isso acontecesse, eu tentei me controlar, já que eu não estou sozinha, mas acabou não dando certo e só piorou.- tentando explicar rápido para que talvez eu não brigasse com ela, mas eu NUNCA em hipótese alguma brigaria com ela, eu estava preocupado, eu queria ajudar em muito mais que isso, me corta o coração ver ela dessa forma.

- Maya, tá tudo bem.- Eu sei que palavras de afirmação como essas sempre ajudam de alguma forma, puxei seu braço trazendo ela para meu abraço, Maya encostou sua cabeça em meu peito e se agarrou à mim como se aquilo fosse sua última esperança, abracei seu corpo que ainda estava um pouco trêmulo e gelado, abracei passando conforto, carinho e amor.

- Você quer me falar sobre oq aconteceu??- Ela não falou nada e nem se mexeu, então concluí como um não, até escutar a voz dela.

- Eu sonhei novamente, eu já te disse Damon, eu nunca estou sozinha, não digo por você me fazer companhia, mas sim por aqueles que perseguem minha mente com o estrago que fizeram lá dentro.- Eu entendo ela completamente, eu sinto como se ela estivesse falando sobre mim. É até difícil ouvir isso dela e vê-la todos os dias sendo a mulher foda que é, não deixando transparecer que seu passado à afunda, não deixando as pessoas à sua volta afundarem também, fazendo de tudo para deixar sua máfia em primeiro lugar sempre, não se amedrontando por ninguém e sempre fazendo de tudo para conseguir o que quer.

- Pode me contar seu sonho se desejar, só irei expressar minhas reações diante disso e nada, NUNCA, em hipótese alguma sairá da minha boca novamente se essa pessoa não for você.- Ainda com ela abraçada à mim, levei minha mão até suas costas, assim que encostei senti milhares de cicatrizes pelo local, olhei para suas costas e lá eu pude ver o resultado do seu passado, cicatrizes grandes como cortes, cicatrizes médias como chicotadas e algumas veias ali eram estouradas, deixando em aberto as opções, mas meu palpite é que ela tomava diversas descargas elétricas, fazendo suas veias não suportarem tanta pressão.

𝐏𝐔𝐗𝐄 𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎 - por Azzi (reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora