ᴏʟʜᴀʀᴇs - ᴄᴀᴘɪᴛ 20

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𝐃𝐚𝐦𝐨𝐧

Eu fiquei por 4 horas e mais alguns minutos acordado, vigiando a Maya, ela podia sentir tudo durante esse sono, febre, dor, ânsia, podia ter outras daquelas alucinações, então em momento algum eu tirei o olho dela, eu quero acreditar que fiz tudo isso para limpar minha própria pele com Santino, para não ter problemas, mas não foi bem isso que eu senti e não foi bem por isso que eu fiz de tudo que eu podia para salvar ela, pela primeira vez fiquei com medo de perder alguém e o que mais me apavorou é que esse alguém seja ela.

Ela não pediu para sobreviver, não pediu para que eu a mantivesse viva, ela apenas se entregou e arrisco dizer que eu não fiz o que ela queria, eu senti o desespero dela durante aquela alucinação, as frases que ela dizia me doeram e eu nem sabia o que estava acontecendo, consegui trazer ela de volta apenas com um toque afetivo, chamar ela não funcionava, pedir que ela parasse muito menos.

Retirei alguns fios de cabelo do rosto dela, sua feição de cansaço era tão nítida quanto a trilha de lágrimas que ela deixou cair, mas agora está seca. Ela se mexeu um pouco e soltou um leve arfar de dor, isso era o normal.

- Damon...- A primeira coisa que ela disse ao acordar foi o meu nome, seu tom em ajuda, sua voz rouca, sua mão apertando e sentindo que eu ainda estava alí.

- Eu tô aqui.- passei o dedo polegar em sua bochecha, a localizando de onde eu estava. Ela abriu os olhos e fechou algumas vezes enquanto se acostumava com a luz, sorriu bem de levinho ao comprovar que eu realmente não havia saído do lugar.- Como você está Maya??

- Eu estou bem.- O orgulho voltou para a toca, respirei fundo e ela se sentou.

- Vou evitar uma discussão com você logo cedo, toma.- Antes de me sentar com ela, eu havia separado uma garrafinha de água e 3 comprimidos que ajudariam ela. Maya pegou os comprimidos e colocou na boca, logo engoliu com a água.

- Eu vou embora.- Ela foi se arrastando até o fim do sofá, colocou os pés no chão e tentou levantar, falhou na primeira vez, então eu levantei e fiquei de frente para ela, estendi minhas mãos em sua direção, ela me afastou e levantou sozinha, resmungando muito pela dor, mas ela não pediria minha ajuda.

- Eu preciso da minha calça para ir embora.- Se apoiou no balcão entre a cozinha e a sala e me fez o pedido.

- Você não pode colocar a calça Maya, sua perna precisa de circulação rápida, aquela calça é apertada, está suja e com um furo na perna.- Cruzei os braços e olhei nos olhos dela, tentando não descer os olhos para sua calcinha, que era preta e de renda, justamente o meu ponto fraco.

- Ótimo então eu vou assim.- Ela segurou a bota de salto nas mãos e o blazer no braço, foi até a porta, abriu e saiu indo até o elevador.

Fui atrás dela em passos rápidos.

- Maya, você não vai descer assim.- Ela estava apenas com uma blusinha de couro e aquela calcinha pequena. Coloquei a mão por cima do botão que ela apertaria para o elevador subir.

- Cala boca Damon, VOCÊ. NÃO. MANDA. EM. MIM.- Ela deu ênfase em suas palavras, segurou minha mão e torceu.

- Ai Maya caralho... Você não pode descer assim, hoje a torre está movimentada.- Vi ela apertar o botão sem parar, porra que mulher teimosa.

- Eu vou descer Damon e eu vou embora, ASSIM.- ela apontou para seu corpo, balancei a cabeça em sinal de reprovação, o elevador chegou e ela entrou, entrei logo atrás.

- Você podia parar de me seguir né???- Olhei para ela incrédulo vendo a sua reprovação.

- Maya, você já me estressou o suficiente.- Eu não queria que outras pessoas vissem ela assim, porra, ela ainda não é minha, mas um dia vai ser, imaginar outros olhares por cima dela, ainda mais os maliciosos, caralho... Ela me deixa maluco.

𝐏𝐔𝐗𝐄 𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎 - por Azzi (reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora