ᴏʙᴇᴅᴇᴄᴇʀ - ᴄᴀᴘɪᴛ 19

9.3K 944 411
                                    

𝐌𝐚𝐲𝐚

Eu sentia minha visão ficar turva pela quantidade de sangue que eu estava perdendo, Damon a todo momento não tirou sua atenção de mim, ele checava minha temperatura, checava meu pulso e não me deixava dormir.

- Eu vou apertar mais sua coxa ok??- Tudo que ele fazia ele pedia meu consentimento, aquilo chegava a ser estranho. Assenti com a cabeça e forcei meus olhos a ficarem abertos. Com sua mão ele pressionou o meu ferimento, a dor foi intensa, gemi e soquei o volante algumas vezes, mordi o lábio inferior com força e senti o gosto metálico em minha boca, eu havia cortado meu lábio.

- Damon, para.- Pedi em uma súplica, tentei tirar sua mão da minha coxa, mas ele firmou e não tirou a mão de lá, me olhou preocupado, parou de apertar um pouco e passou outro tecido em minha perna, amarrou com cuidado, mas deixou apertado.

- Maya, para o carro agora.- Ele ordenou, olhei para ele de canto e soltei um riso desacreditada.

- Você NÃO me dá ordens Montinelli.- Eu estava fraca, mas não morta, em momento algum deixaria ele me dar ordens. Damon puxou o freio da mão, o tranco que o carro deu me fez ir para frente com força involuntariamente, ele segurou meus pulsos com firmeza e impediu meu corpo de colidir com o volante, virei meu rosto até ele, já que eu não entendi o motivo disso.

- Maya, HOJE você vai me obedecer, seu pulso tá fraco e você tá ficando cada vez mais com cara de morta, pegou uma veia sua e o sangue não para de escorrer, já viu o estado do seu carro??- Foi nessa hora que eu parei para analisar o que estava acontecendo, eu estava no automático, meu carro estava empoçado de sangue, Damon revirou meu carro inteiro procurando algo para tampar meu ferimento, sua feição de preocupação, suas mãos sujas de sangue, aquilo tudo me fez acordar.- Ótimo, agora que entendeu a gravidade disso tudo, VOCÊ VAI me obedecer.- não alterou o tom de voz, apenas deu ênfase.

Ele me soltou, saiu do carro e atravessou a rua, abriu a porta do motorista e respirou fundo, passou um braço por baixo das minhas pernas e o outro em meu pescoço, sem muito esforço ele me passou para o outro banco, com cuidado ele encostou minha perna no acento, fechei o olho com força e por impulso apertei o braço dele, ele não me afastou e nem me impediu, pelo contrário, ele foi com mais calma e pediu desculpa bem baixinho.

- onde você vai me levar??- perguntei vendo ele fechar a porta e dar partida.

- Para minha casa.- Ele respondeu curto e simples. Nesse tempo ele havia pego minhas manias, ele aprendeu a dirigir da minha forma para conseguir me acompanhar e agora ele só dirige assim. Demoramos em média 10 minutos para chegar em seu apartamento, ele entrou com tudo na garagem e estacionou de qualquer jeito vendo que eu estava cada vez pior, ele saiu do carro extremamente rápido e abriu a porta do meu lado com força.

- Eu consigo ir andando Damon.- Ele me pegou estilo noiva sem falar nada, não me respondeu, não olhou para mim, seu maxilar estava trincado, ele entrou as pressas na torre, ninguém o parou, aquele lugar parecia vazio, subimos rapidamente pelo elevador, pelo que vi de relance já que eu acordava e apagava diversas vezes, nós estávamos indo para o último andar.

Saímos do elevador e ele abriu a porta com digital.

- Seja bem-vindo Sr.Montinelli.- alguma voz metálica pronunciou, mas eu não sabia de onde vinha essa voz. Ele me deitou em um sofá preto, extremamente confortável e se afastou de mim, mas logo voltou com uma caixa enorme.

Ele colocou um pedaço de couro em minha boca para eu morder, em sua mão um vidrinho de álcool, na outra mão um bolinho de gaze, ele jogou o líquido na minha perna, eu sentia aquilo queimar, arder, uma lágrima fina escorreu pelo meu rosto, eu não gritei, não me debati, eu escutei a voz dele, a voz de Philip Grey, meu pai.

𝐏𝐔𝐗𝐄 𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎 - por Azzi (reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora