Capítulo 56

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Charlotte acordou sentindo uma dor terrível em seu corpo todo.

Ela não se surpreendeu de estar totalmente limpa e quase que por inteira enfaixada, afinal se lembrava de alguns flashes e lampejos do dolorosíssimo parto dos gêmeos e de como um deles praticamente saiu em chamas de dentro dela.

Aquilo não teria acontecido se Richard tivesse uma esposa comum (sem poder algum), uma vez que o poder das crianças só estava tão inflamado devido a pressão que sofreram do sistema corporal da própria mãe.

Ao menos, assim que os dois bebês saíram de seu corpo vivos, Richard quase que imediatamente retirou a coleira de inibição e o poder do gelo a preencheu com força, a ponto de a levar para o esquecimento e já começar a curar as feridas dela.

Charlotte de fato ficou à beira da morte durante a saída da segunda criança, mas de alguma forma sobreviveu ao parto (por incrível que pareça) mais brando que já teve em sua vida.

Ela reconhecia a maciez e os lençóis nos quais se deitava atualmente.

Era o quarto de seu amado.

Contudo, não havia ninguém com ela naquele momento ali dentro.

Charlotte entendia o porquê disso, afinal Richard devia acreditar que ela só acordaria muito depois e as crianças precisariam mais da presença dele nesse momento tão frágil e...

Naquele momento, Charlotte teve um pensamento extremamente egoísta que a deixou envergonhada.

Ela queria que Richard estivesse com ela quando acordasse, que ele estivesse deitado ali ao seu lado e não onde quer que ele estivesse no momento.

Charlotte se odiou muito por estar se sentindo assim e, se levantando com dificuldade, decidiu ir atrás de seus filhos para se desculpar com eles por não ter pensado no bem estar dos dois antes do próprio.

Ela sabia que uma boa mãe pensaria primeiro nos filhos e não em si mesma, mas prometeu a si mesma que a partir de agora se esforçaria ao máximo para ser uma boa mãe à esses dois filhos que poderia cuidar desde o nascimento ao lado do homem que ama.

Charlotte estava prestes a sair do quarto quando ouviu vozes baixas vindas de uma porta que ela não se lembrava de ficar naquela parede do outro lado do quarto.

Andando devagar até lá, Charlotte abriu apenas um pouquinho a porta e teve o vislumbre da imagem mais adorável que já vira em sua vida.

Richard, coberto de curativos nos lugares onde o pai havia o perfurado, embalava amorosamente dois embrulhinhos fofos adormecidos em seus braços enquanto sussurrava com eles com um sorriso bobo:

- Isso mesmo. Bem quietinhos ou vão acordar mamãe e não queremos isso, afinal ela está muito cansada.

- Deixe eles dormirem no berço logo Richard - James disse baixinho, suspirando ao surgir ao lado do irmão, mas apesar das palavras, um olhar amoroso adornava seu rosto - Ou os dê para mim um pouco então, mas vá descansar irmão!

- Eu estou bem - Richard disse ainda sorridente e num sussurro - E eu sei que tenho que botá-los nos berços, mas... eles são tão pequenos e adoráveis. Não consigo deixá-los ir. Só... só mais um pouquinho...

James suspirou, mas entendeu o irmão e, com um leve sorriso, acariciou lentamente a manta de um dos bebês, o bebê mais quietinho à esquerda.

- Ele é exatamente igual a você...

- E ela... - Richard disse com um olhar derretido voltado ao bebê meio agitado da direita - Ela é a mini-cópia de Charlotte que pedi aos deuses...

Beleza Aprisionante - História dos Quatro Reinosحيث تعيش القصص. اكتشف الآن