Capítulo 22

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Aviso - esse capítulo contém cenas pesadas que podem ser gatilhos para você. Cuidado ao prosseguir.

- Um dos guardas acabou de me informar que o senhor Victor solicita uma audiência com você de novo irmão – James comentou com displicência, se sentando na cadeira à frente do irmão no escritório do rei do Fogo – Esse velho não cansa de nos infernizar! Maldita hora que tive a ideia de trazê-lo para cá...

- É só continuar o ignorando – Richard disse sem nem olhar para o irmão, sua atenção completamente focada nos papéis a frente – Temos que resolver primeiro a quantidade de imposto que iremos cobrar do Reino do Gelo agora que eles são nossos conquistados...

- Ah, sobre isso – James se ajeitou na cadeira para falar seriamente com o irmão – Concordo com os nobres do fogo. Acho que você está sendo generoso demais com um imposto tão baixo como o que está propondo...

- James, se quisermos controlar aquele reino inimigo sem complicações ou muitas rebeliões, precisamos nos manter numa linha muito tênue – Richard disse com sabedoria – Atualmente temos o apoio da nobreza e dos soldados do gelo, e por isso até agora nenhuma rebelião séria se formou, porém essa situação pode mudar a qualquer momento caso nós pressionemos demais a eles, principalmente através de tributos exagerados. Nosso povo nem sequer precisa desse dinheiro, afinal temos muita riqueza só por nossa própria terra e economia... Só desejo impor um tributo para fazer os cidadãos do Reino do Gelo saberem que, apesar da autonomia, eles ainda estão subordinados a nós.

James botou a mão no queixo de modo reflexivo, ponderando sobre esse assunto. Mas no final a lógica de seu irmão era boa demais para refutar, embora não fosse a verdade por trás daquela benevolência de Richard.

Na verdade, o rei do Fogo só não queria atrair ainda mais a raiva de Charlotte, que ele imaginava estar em altos patamares já que ela nem sequer olhou para ele na última vez que se encontraram durante a punição de 60 chicotadas. Por isso ele estava estipulando impostos ao reino do Gelo bem mais brandos, o que deixava os nobres de seu reino meio insatisfeitos, mas o deixava menos angustiado.

- Tá bom Richard. Você é o rei. Você que sabe o que é o melhor para o nosso reino. – James disse por fim, e depois se ajeitou na cadeira para mudar de assunto – E quanto a reação dos outros reis a nossa ocupação no reino do Gelo? Henrique e Alexander já disseram algo?

- Alexander mandou uma carta hoje pela manhã – Richard disse com indiferença – Nela ele disse que não voltará mais para o nosso castelo tão cedo, a menos que o exército misterioso ataque novamente. O rei do ar também disse que espera a continuidade de nossa situação de paz mesmo que eu tenha conquistado o reino de Charlotte. Quanto ao reino da Pedra, o rei de lá está quieto e não me mandou nada diretamente até agora, porém Stevan me mandou uma carta ontem a noite me parabenizando pela esperteza em nome dele e de Philip.

- Hum, então Henrique está quieto – James ponderou isso com a testa franzida – Sendo amigo de infância de Charlotte e claramente louco por ela, achei que ele tomaria as dores da ex-rainha do gelo.

- Provavelmente Philip mandou Henrique não se meter, já que não importa o que ele faça, somos o reino mais poderoso do mundo atualmente e uma guerra desse tipo só poderia acabar com o reino da pedra virando nosso vassalo, assim como o reino de gelo.

- É um bom ponto.

A porta foi aberta naquele instante e um dos guardas veio anunciar que a hora da apresentação de Charlotte para sua nova "rotina" no castelo já havia chegado. Richard pediu para ser acionado neste momento, porém agora não se sentia nem um pouco com vontade de fazer esse trabalho.

Beleza Aprisionante - História dos Quatro ReinosWhere stories live. Discover now