Capítulo 3

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O caminho para o castelo principal do Reino do Fogo era repleto de estradas com carvalhos de folhas vermelhas e quase nenhum vilarejo ou cidade. Parecia que era um caminho privativo e direto para o castelo, provavelmente feito especificamente para esconder dos visitantes do Reino do Gelo as abundâncias e população da terra.

Charlotte só conseguia prestar atenção nas flores ao redor da estrada. As variações de vermelho que ela viu naquelas flores foram de aguçar os olhos. Ela realmente amava as flores e flores estrangeiras pareciam aos seus olhos ainda mais intrigantes.

Estas a ajudaram a se acalmar um pouco durante a viagem perigosa.

Depois de mais três dias inteiros cruzando o Reino do Fogo, no final do terceiro dia a comitiva de Charlotte juntamente com a de Henrique chegou no palácio principal daquele reino.

Charlotte ficou um pouco impressionada ao olhar pela janela. Não era maior que seu próprio castelo, mas a arquitetura era um tanto diferenciada. Era bem antigo, mas todo composto de vermelho escuro quase preto e havia diversas torres que pareciam ser feitas de rubis, que se dispunham por todo o entorno do castelo.

Após descer da carruagem com a ajuda de Henrique, que abriu a porta no lugar de Nathaniel e estendeu a mão gentilmente enquanto ela saia, Charlotte e seus homens cruzaram o jardim central que dava para a entrada majestosa do castelo. Nathaniel ficou para trás a fim de ajudar com a bagagem.

A entrada do castelo era uma varanda enorme de mármore vermelho e diversas colunas. Bem no meio, havia uma porta enorme negra como turmalina rodeada de uma ponta a outra da sacada por janelas imensas com vidros avermelhados e sem cortinas.

Lá na frente da grande porta negra, havia dois homens extremamente belos e bem vestidos, cercados por soldados.

Logo que olhou naquela direção, Charlotte percebeu que esses homens eram os Reis do Ar e do Fogo.

Charlotte, desde que assumira o trono do Reino do Gelo, normalmente ficava nervosa com pessoas diferentes e de alta posição, como os nobres de seu próprio reino. Entretanto, naquele momento, aquela situação a deixou muito mais nervosa do que normalmente ficaria, o que a obrigou a se esforçar mentalmente para não usar seus poderes inconscientemente.

Ela era a única rainha que não tinha muitas relações com outros Reinos, e esses reis, unidos, poderiam acabar com o Reino do Gelo se eles quisessem. Charlotte sabia que nem conseguia controlar seus poderes direito. Consequentemente, mal conseguiria defender o povo assim. Uma crise mental se instaurou nela naquele momento. Seu nervosismo era enorme.

Henrique pareceu perceber isso por estar ao seu lado e segurou em sua mão com um pouco mais de força, sussurrando gentilmente:

- Relaxa Lotte, está tudo bem... você é uma rainha agora, não precisa ter medo ou ficar nervosa.

Charlotte olhou para ele admirada e, por incrível que pareça, conseguiu se acalmar um pouco. Ele soltou a mão dela e perguntou calmamente:

- Vamos?

A rainha do Gelo apenas acenou com a cabeça e se aproximou da varanda tentando parecer bem confiante, porém escondendo as mãos trêmulas atrás de suas costas.

Entretanto, mesmo claramente pálida de nervosismo, a única coisa que os dois reis em frente viram ao vê-la se aproximar era a beleza absurda que Charlotte exalava.

Até os soldados ao redor deles ficaram perdidos no corpo da rainha do Gelo. Eles não deixaram de admirá-la nem por um segundo até que ela subisse todos os degraus da escada e se dispusesse em frente a eles, juntamente com alguns soldados e Henrique ao seu lado.

Beleza Aprisionante - História dos Quatro ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora