Capítulo 38

7.7K 638 68
                                    

Josh Beauchamp

Chegamos no aeroporto depois de horas presos no trânsito o que fez com que chegassemos atrasados para o vôo. Entramos no aeroporto correndo feito loucos, cheios de malase e Any rir de tudo histéricamente.

"Última chamada para o vôo 835 destino: New York. Embarque no portão 12"

Despachamos nossas malas e pego na mão de Any e andamos procurando o portão 12, bom eu vou procurando já que ela ainda não sabe que vamos para New York.

— portão 12... Onde tá isso. - digo pensando alto, e sinto Any para de andar na mesma hora.

Me viro e a vejo de olhos arregalados.

— Vamos para nova York?! - ela diz já dando pulinhos.

— não se não acharmos o portão 12. - olho ao redor de novo em busca desse maldito portão 12 e não encontro.

— Josh? - olho pra ela que aponta para a nossa frente, olho e vejo que estamos em frente ao portão 12.

— eu já sabia. - digo levando ela ao portão 12.

— sim, claro que sabia. - ela diz sarcástica.

Dou as nossas passagens para a aeromoça e entramos. Acho nossos assentos e vamos até lá, Any está do lado da janela, eu estou no meio ao lado dela, e um homem que parece ter em torno dos vinte e cinco anos que não para de olhar pra ela.

Fecho a cara o encarando que nem disfarça que á está olhando. Enquanto o olho imagino as melhores formas de o matar, mas sou tirado de meus pensamentos com a pequena mão de Any em cima da minha.

— eu não acredito que vamos para New York! Muito obrigada Josh. - ela diz e seus olhos brilham.

— não precisa agradecer amor. Eu sempre farei tudo o que eu puder para te ver feliz. - digo com sinceridade e lhe beijo.

[...]

Desembarcamos agora e já pegamos nossas malas, saímos do aeroporto e vamos em direção a fila de táxis que tem em frente ao aeroporto. Pegamos o táxi e lhe digo o endereço.

Any olhava pela janela eufórica o que me deixava feliz. O taxista para em frente a casa média de dois andares, em um bairro tranquilo, olho pela janela e vejo algumas crianças brincando na rua. Desço, ajudo Any a sair do táxi e o táxista me ajuda a pegar as malas no porta malas.

— de quem é essa casa? - pergunta enquanto andamos até a porta da casa.

— minha. Eu tinha um amigo do exército, ele herdou essa casa da avó dele mas nunca chegou a morar aqui. Quando estávamos no Afeganistão ouve uma explosão e infelizmente ele morreu, antes de morrer ele me deu essa casa. - digo me lembrando de Anthony.

Ele foi um dos primeiros a falar comigo, ele também era um sniper, tudo o que eu sei foi ele quem ensinou. Queria que ele conhecesse Any, tenho certeza que ele a adoraria.

— sinto muito Josh. - diz pondo a mão em meu ombro o afagando.

— tá tudo bem. Vamos entrar, a viagem foi cansativa. - digo abrindo a porta.

Falar sobre Tony é difícil. Eu vi a morte dele, isso vai estar presente em minha memória até meu Último dia de vida. Quando somos soldados, vemos, ouvimos e fazemos coisas que ninguém deveria presenciar. Com o tempo aprendemos a esconder bem nossas emoções.

[...]

Após arrumarmos as coisas na casa, subimos e deitamos na cama de casal do quarto. Any estava tão cansada que já dormiu, eu no entanto não consigo pregar os olhos.

Levanto com cuidado da cama para não acorda-lá e saio do quarto para andar um pouco pela casa. Mesmo tendo tempo que a casa é 'minha', eu vim aqui apenas uma vez e foi quando descobri que Tony pois a casa em meu nome.

A morte dele ainda estava muito recente então eu preferi ficar longe de qualquer coisa que me lembra-se ele. Apenas contratei uma diarista para vir aqui toda semana, para que não ficasse cheia de poeira.

Abro uma porta e meus olhos automaticamente se enchem de lágrimas. Esse era o quarto de anthony.

O quarto era em um tom verde pastel, aqui era o quarto dele quando ainda era criança então ainda a alguns carrinhos de brinquedos nas prateleiras, e quando adolescente e adulto, ele ainda vinha aqui. A cama de solteiro perfeitamente arrumada e ao lado da cama um criado-mudo com um abajur e um porta retratos.

Pego o porta retratos e as lágrimas que eu tanto tentei não deixar caírem, começam a escorrer por meu rosto. Era uma foto nossa, os dois com o uniforme e grandes sorrisos. Eu me lembro desse dia, estávamos voltando para casa.

São tantas memórias. Viro o porta retratos para pegar a foto mas fico surpreso quando um papel dobrado cai no chão, me abaixo e pego o papel que no meio está com meu nome. Sento na cama e abro a carta.

Joshua.

     Não sei se um dia irá ler essa carta, mas se você estiver lendo quer dizer que tive que ir, espero que eu tenha morrido por algo grandioso. Você, Josh, não era apenas um amigo, você era como um filho pra mim e por isso eu quero te pedir uma coisa. Não tenha medo de viver, só temos uma vida, quero que você aproveite ela ao máximo que conseguir: quero que você encontre uma mulher legal que te faça feliz e que a ame intensamente, e quero que realize seu sonho de ser pai. Quando se lembrar de mim não quero que chore, quero que ria ao lembrar sobre nossas inúmeras aventuras, quero que sorria ao contar sobre mim ao seus filhos, mas acima de tudo quero que seja feliz. E seja lá onde eu estiver agora, saiba que estou te protegendo, e que saiba que estou orgulhoso desse homem incrível que se tornou.

Anthony.

Começo a chorar e nem percebo que alguém entra no quarto, Any senta na cama e sem dizer nada me abraça. Escondo meu rosto em seu pescoço e alguns soluços escapam de meus lábios.

Não sei quanto tempo passamos assim, quando me acalmo me separo de Any.

— desculpa. Não era pra você me ver assim, odeio chorar na frente das pessoas. - digo a olhando e Any me oferece um sorriso genuíno.

— Ninguém é forte o tempo todo, e tudo bem chorar. Josh, você é meu Porto seguro, sei que posso confiar em você e quando eu precisar você vai estar, eu quero que você saiba que também pode contar comigo para tudo. - ela diz e me da um beijo carinhoso da bochecha.

— eu sei. - sussurro - eu não poderia ter namorada melhor.

"Eu te amo". Completei mentalmente. Sim, eu a amo e irei amar para sempre.

Continua←★

•O SOLDADO•beauany [Concluído✓]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum