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AQUELE do encontro inesperado❞

➥ᵃᵐʸ ᶜᵃʳᵗᵉʳ
JULY, 4th

❝ʜᴀᴄᴋᴇʀ's ᴍᴀɴsɪᴏɴ❞

───── Mã... Mãe, pai, eu posso explicar. ───── foi a primeira coisa que Vinnie disse quando seus pais o questionaram muito furiosos.

───── Saímos por alguns dias e você faz esta baderna em nossa casa? ───── Nate se pronuncia e, ao me ver atrás de Vinnie, abre mais ainda sua expressão de choque. ───── E ainda com pessoas que já lhe alertamos sobre a procedência?

───── Ei, não fale de mim como se eu fosse um objeto, ou não estivesse aqui. ───── me pronuncio brava e vejo Reegie se empalidecer ao meu lado com a minha fala. Posso jurar que vi ele falando "não piore as coisas" por leitura labial.

Quando os pais de Vincent conseguiram conferir todo o estrago que causamos, eles surtaram, surtaram e surtaram mais um pouco.

───── Mande esses seus amiguinhos embora, vá pro seu quarto e nunca mais saia de lá até ter trinta anos de idade! ───── escuto Maria gritar da sala e estremeço, nunca a enxerguei com toda essa autoridade e raiva. ───── Não quero mais te ver respirando o mesmo ar que aquela Carter!

Vejo Vinnie descer as escadas com um olhar que transparecia arrependimento, enquanto nos acompanhava até a porta. Eu fui a última a sair e, quando fazia isso, senti alguém segurar meu braço.

───── Ei, vem cá. ───── ele me puxa e eu assinto. ───── Meus pais querem me distanciar de você, de novo. Nunca temos um tempo que dê pro gasto de trégua. ───── diz e vejo algumas lágrimas cair do seu olho. O abraço.

───── Vai ficar tudo bem, nós vamos dar um jeito, vamos vencer mais essa. ───── sussurro contra seu peito. Ele me dá um beijo no topo da minha cabeça e levanto a mesma para o olhar nos olhos.

───── Nada mais vai me fazer ficar longe de você, ok? ───── concordo. ───── Te amo sempre e pra sempre.

───── Também te amo sempre e pra sempre. ───── respondo e junto nossos lábios.

Quando me dirijo para fora, ouço ele dizer: ───── Não é uma despedida, My.


(...)

Não acredito que eles foram capazes disso.

Não acredito.
Não acredito.
Não acredito.

Para sair da bela mansão dos Hackers, é preciso atravessar o grande jardim da frente e logo depois pela portaria.

Me demorei nesse caminho porque não queria ir embora, sabia que agora, mais uma vez, o universo nos colocava distantes. Queria guardar o momento em que nos divertimos essa noite, queria repeti-lo.

E quando dou o primeiro passo fora dos limites da propriedade Hacker, me deparo com a cena mais horrorosa já vista por uma adolescente.

Meu pai estava me esperando encostado em seu carro, com um terno marrom, um semblante distante e uma aparência ruim.

Meu ar foi embora assim que me vi diante dele, depois de tantos meses longe, o evitando, evitando qualquer contato. Não o vi desde o dia em que ele me mandou para a Suíça sem sequer ligar para os meus sentimentos, se é que ele sabe que tenho isso.

Não sabia como agir, o que fazer. Cogitei sair correndo, ir pra qualquer lugar, menos ali. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas a essa altura, mas agora elas estavam descontroladas.

Que dia.

───── Filha, venha cá. ───── ele sussurrou, mas mesmo assim consegue escutá-lo. Meu extinto foi obedecer, não sei por quê, mas eu fiz.

Ao me aproximar, consegui enxergar melhor as grandes olheiras em baixo do seu olhar abatido, seu cabelo mal cuidado, suas roupas mal passadas e seus sapatos acabados.

Eu o abracei.

Eu o abracei porque naquele estado em que meu pai estava, nenhum ódio foi capaz de ofuscar a preocupação que senti.

Ali quem eu via não era o homem que me mandou para longe, não era o homem que me usava de bode expiatório para negócios, nem o homem que me abandonou, que abandonou a mim e a minha mãe.

Era o pai que eu tive até meus 10 anos, o que brincava comigo no parque todas as manhãs de sábado e que cantava pra mim quando não tinha sono.

Era o cara que me contava histórias sobre lendas folclóricas e o cara que me ouvia tocar piano com uma feição de admiração sem igual.

Lá era só ele, só meu pai.

───── Pai. ───── falo, em seu abraço e em meio a muitas lágrimas.

───── Eles me ligaram, muito zangados por sinal. ───── ele começa a explicar quando saio do seu aperto. ───── Não me faça repetir aquelas palavras que me foram dirigidas nunca! ───── Eu rio, pela primeira vez em anos, eu rio com um comentário do meu pai mesmo que em uma situação catastrófica.

───── E você veio.

───── E eu vim. Sabia que a minha filhinha precisaria de mim e, pra ser honesto, eu também estou precisando dela. ───── responde me deixando confusa.

───── Por que? ───── pergunto e ele sinaliza com a cabeça em direção ao carro.

Entendo o recado, dou a volta e entro no banco do passageiro de seu conversível. Ele também entra, e nós saímos em direção a um destino que não faço a menor ideia e por um motivo que tenho menos consciência ainda.

Mas esse é meu pai, ele voltou.

E eu confio nele.

∵∴⊹ ⎙↳ 𝐍𝐎𝐓𝐄𝐒 🍄 ⊹∴∵

001. SIM, a fic está acabando! Amarø ou odiarø?

002. POR FAVOR, não façam comentários desagradáveis em relação à Amy perdoar seu pai ou não, tenham compaixão e vejam que essa história é só a ponta do ice berg. Qualquer comentário desagradável será imediatamente apagado.

𝗔𝗟𝗪𝗔𝗬𝗦 𝗙𝗢𝗥𝗘𝗩𝗘𝗥, ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ Onde as histórias ganham vida. Descobre agora